O que foi notícia de março a agosto

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MarçoFalsa enfermeira rouba bebê

A vida imitou a arte na noite de sábado, 12 de março, em Curitiba: o roubo de uma recém-nascida, planejado e executado pela personagem Nazaré, interpretada por Renata Sorrah, que serviu de argumento para a novela "Senhora do Destino", transformou-se em pesadelo real para o casal João Batista dos Santos Carlos e Joseane de Fátima Baggio. A primeira filha deles, Gabriele, foi levada do Hospital Evangélico por uma mulher vestida de enfermeira. Ela fugiu com o bebê no colo pela entrada principal, a pé, sem ser percebida pelos seguranças.

A menina foi encontrada pela polícia menos de 48 horas depois. Gabriele estava num apartamento no bairro Sítio Cercado, na capital, junto com a falsa enfermeira que a roubou, a cabeleireira Márcia de Freitas Salvador, 32 anos. A mulher foi presa por agentes do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Ela esperava usar o bebê para reatar o relacionamento com o marceneiro Edson Luís Túlio, rompido no fim do ano passado, supostamente depois que ela sofreu um aborto espontâneo.

JulhoRadares velhos ameaçam aviação

Domingo, 29 de julho, a Gazeta do Povo mostrava que radares em manutenção, interferências em radiofreqüências e falta de pessoal prejudicavam o controle do tráfego aéreo na região Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e parte do estado de São Paulo, áreas sob responsabilidade do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), em Curitiba. As dificuldades decorreriam do envelhecimento dos equipamentos usados pelo órgão, criado em 1982. Após mais de duas décadas de atividade, só agora os aparelhos estão sendo modernizados. No dia 31, o coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino, comandante do Cindacta, relatou que o órgão iria concluir a modernização dos equipamentos até o fim de 2006.

A disputa desigual entre crianças e urubus no lixão de Paranaguá

Um registro ao mesmo tempo revoltante e comovente: na terça-feira, 5 de julho, a Gazeta do Povo conta a história do menino Graciliano e de 700 famílias que tiravam o sustento do aterro sanitário de Paranaguá. Relembre um trecho: "A sobrevivência de Graciliano depende de uma disputa desigual que se repete todos os dias. Empunhando um estilingue, o menino tenta espantar o bando de urubus que insiste em permanecer sobre aquilo que garante parte do sustento de sua família. As aves estão em seu hábitat.

Quem está no lugar errado é Graciliano. Esse lugar é o aterro sanitário de Paranaguá, no litoral do Paraná, um lixão onde dezenas de crianças e adolescentes passam dias inteiros revirando o lixo em busca de algo que possa ser convertido em dinheiro para manter as 700 famílias que vivem na Vila Santa Maria, área de ocupação vizinha ao depósito e situada a poucos quilômetros do maior porto exportador de grãos do Brasil." Depois dessa reportagem, as crianças foram incluídas em programas sociais. Um convênio entre a União e o governo do estado deve viabilizar a construção de um novo aterro no município.

Denúncias de caixa 2 em Londrina

Na quinta-feira, 28 de julho, o mar de lama que soterrou a cúpula do governo e do PT respingava em Londrina: "O Ministério Público (MP) Estadual está investigando a suposta existência de caixa dois no valor de R$ 6,5 milhões na campanha à reeleição do prefeito Nedson Micheleti (PT), em 2004, a partir de denúncias feitas por Soraia Garcia, ex-funcionária do Partido dos Trabalhadores.

O dinheiro, segundo ela, viria a Londrina em sacolas trazidas pelo atual diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Augusto Dias Júnior. Ela acusa dirigentes nacionais do partido de viabilizar os recursos ilegais."

Soraia Garcia alegava ter trabalhado no setor financeiro da campanha. Segundo depoimento prestado ao promotor da 41.ª Zona Eleitoral, Sérgio Siqueira, o suposto caixa dois do PT londrinense seria de R$ 6,5 milhões, enquanto a prestação oficial de contas foi de cerca de R$ 1,2 milhão. Ela própria disse ter guardados recibos e comprovantes de gastos de cerca de R$ 4 milhões do caixa dois.

No início de dezembro, a Gazeta do Povo mostrava que as investigações sobre o caixa 2 em Londrina estavam paradas desde 23 de setembro, até que fossem julgados três recursos protocolados pelo PT no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Trio preso com bananas de dinamite

Na manhã de quarta-feira, 13 de julho, a Gazeta do Povo estava nas bancas relatando o seguinte fato: "A Polícia Civil apreendeu na última segunda-feira (dia 11), em Curitiba e região metropolitana, dinamite suficiente para explodir um prédio de cinco andares. Foram 25 quilos de explosivos, divididos em 205 bananas de dinamite. Uma parte do arsenal estava em posse de três rapazes, dentro de uma movimentada estação-tubo próxima ao Teatro Paiol, no bairro Prado Velho, na capital. Os explosivos estavam dentro de uma mochila, junto com os estopins. O local estava cheio de passageiros e havia risco de explosão. "Poderia ter acontecido uma tragédia na região central de Curitiba se as dinamites explodissem acidentalmente", afirmou o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Marco Antônio Góes.

A polícia ainda investiga como o trio teria adquirido os explosivos. Uma das suspeitas era de que o objetivo do grupo seria vender a dinamite para uma quadrilha de ladrões de carro-forte. "Cada banana de dinamite seria vendida por R$ 80", disse o delegado.

O Cope destruiu cinco das bananas de dinamite apreendidas num terreno no Quartel-General da 5.ª Região Militar/5.ª Divisão do Exército, em Curitiba. O restante dos explosivos encontrados seria analisado pelo Exército. Os três acusados responderam por transporte e posse de explosivos sem autorização. A pena para este crime pode chegar a oito anos de prisão."

AgostoCrime bárbaro na capital

No dia 22 de agosto, um crime bárbaro chocou Curitiba: a menina Gabriela, de 7 anos, foi assassinada pela madrasta Andréia de Freitas, 27 anos. O ciúme que tinha do pai da menina, o pedreiro Valdeci Gonçalves dos Santos, 25 anos, levou a matá-la com 96 facadas. Grávida de oito meses, a mulher ainda teria tentado queimar o corpo da menina. Segundo o delegado Luiz Carlos Cartaxo, da Delegacia de Homicídios, Andréia disse não gostar da enteada e reclamou que o marido só dava atenção à criança.

Caminhão bate e explode na BR-277

No dia 16 de agosto, a Gazeta do Povo trazia na capa a impressionante imagem da explosão de um caminhão carregado com 30 mil litros de óleo diesel, cujo acidente deixou a BR-277 interditada por pelo menos duas horas. O congestionamento na rodovia chegou a dois quilômetros. O caminhão, que trafegava no sentido Curitiba-Paranaguá, bateu contra a mureta de proteção, próximo ao Viaduto dos Padres. A cabine se separou do tanque e bateu contra um morro rochoso às margens da rodovia. O tanque atravessou a pista para o sentido oposto e explodiu. Não houve feridos. Segundo o gerente de operações da concessionária Ecovia, Mauro Szwargun, o acidente foi um dos mais graves que já ocorreu na rodovia. "Se fosse num horário com mais movimento os danos poderiam ser bem maiores", disse, na ocasião.