Campo Mourão O ônibus apreendido por policiais militares, anteontem, em Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste do estado, deve voltar a ser usado pela Secretaria de Esportes do município. O veículo estava com 405 quilos de maconha escondidos em um fundo falso próximo ao banheiro. Ontem, policiais civis e militares realizaram uma nova varredura no interior do veículo, mas nada foi encontrado.
Segundo o delegado José Nunes Furtado, como o ônibus estava com autorização de uso concedido pela Justiça de Engenheiro Beltrão e a droga encontrada era remanescente da apreensão feita em 2005, o veículo pode voltar a ser utilizado pelo município. "Na primeira apreensão não deve ter sido feita uma vistoria rigorosa, por isso a droga não foi encontrada. Todo o trâmite legal foi feito. Não há porquê deixar o ônibus parado", diz Furtado. Conforme ele, na época, três fundos falsos foram encontrados, mas existia um quarto esconderijo.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Maringá, quando da primeira apreensão, o veículo e a droga não passaram por inspeções da PF. "O ônibus e a droga foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil da cidade."
Em dezembro de 2005, policiais rodoviários do posto de Engenheiro Beltrão encontraram o ônibus com um dos pneus furado estacionado às margens da rodovia PR-317, entre Sertãozinho e Quinta do Sol. Ao fazer uma vistoria, os policiais encontraram 1,5 tonelada de maconha e o ônibus foi apreendido.
Em agosto de 2006, a prefeitura de Engenheiro Beltrão conseguiu junto à Justiça uma autorização para usar o veículo. "O ônibus estava estragando na delegacia e faltava um meio de transporte para alunos e atletas", conta o prefeito José Dalpont (PMDB). Segundo ele, por um período, alunos da rede estadual e municipal foram transportados no veículo. "Mas nunca houve reclamação do cheiro da droga por parte de alunos ou do motorista."
A droga somente foi descoberta, no domingo, após policiais militares apreenderem um adolescente de 16 anos, que portava dois pacotes com 25 gramas de maconha. Ao ser interrogado, ele confessou que pegou a droga de um primo que trabalhava em uma tapeçaria. O primo, de 16 anos, contou aos policiais que ao fazer reparos nas poltronas do ônibus encontrou no fundo falso um tablete de maconha.