O responsável pela organização do parque onde aconteceu o acidente que deixou 10 adolescentes feridos, no último domingo (22) em Castro (Campos Gerais), se apresentou à polícia na manhã desta sexta-feira (27). Reinaldo Rodrigues dos Santos, 40 anos, disse que não foi apresentado nenhum documento para o parque funcionar e a contratação foi feita verbalmente apenas. Um brinquedo kamikaze quebrou e dez adolescentes ficaram feridos, um deles em estado grave.
Santos foi à delegacia acompanhado pelo advogado dele. No depoimento ele alegou que não era o responsável por providenciar a documentação e as vistorias dos brinquedos locados. "Ele não apresentou nenhum documento. Segundo Reinaldo, todas as contratações aconteceram verbalmente, inclusive a dele para organizar o parque de diversões em comemoração ao aniversário da cidade, feita pela Prefeitura de Castro", afirmou o delegado Eduardo Mady Barbosa, que assumiu a delegacia de Castro nesta semana, à Agência Estadual de Notícias (AEN).
Segundo o delegado, Santos teria afirmado que foi contratado por um funcionário da prefeitura para organizar o parque de diversões em comemoração ao aniversário da cidade. "Ele alegou que foi contratado apenas para conseguir os brinquedos para fazerem parte do parque", disse o delegado. No depoimento, Santos afirmou que a remuneração que iria receber não seria paga pela prefeitura. Ele receberia 35% do dinheiro arrecadado em cada brinquedo. Os outros 65% ficaria com o proprietário de cada atração.
"Ele disse que é promotor de eventos e trabalha nesse ramo há anos, por isso tinha vários contatos e não houve dificuldade em encontrar donos de brinquedos para fazerem parte do parque", explicou o delegado Barbosa.
Investigações
O próximo passo da investigação será interrogar o funcionário da prefeitura apontado por Santos como a pessoa responsável por sua contratação, o que deve acontecer na próxima semana. Além de Santos, a polícia já ouviu vítimas, testemunhas e o proprietário do brinquedo que quebrou. Segundo o dono do kamikaze, a fabricação do brinquedo foi artesanal, feita por ele mesmo, e o organizador do parque era quem iria providenciar a autorização para todos os brinquedos funcionarem no local.
Cada brinquedo do parque pertencia a um dono diferente. O Instituto de Criminalística fez a perícia do brinquedo quebrado e o resultado do laudo deve sair entre 15 a 30 dias.
Acidente
O parque foi montado para as comemorações do aniversário de 305 anos de Castro. O brinquedo que quebrou era um kamikaze, que funciona como uma espécie de pêndulo, fazendo giros de até 360 graus e paradas que deixam as pessoas de cabeça para baixo nas cabines. Dez pessoas ficaram feridas depois que o brinquedo partiu ao meio, derrubando os ocupantes, por volta das 15h50 de domingo. Todas as vítimas, que têm entre 12 e 18 anos de idade, foram encaminhadas ao Hospital Ana Fioriolo Menarin, em Castro. Nove delas foram liberadas no mesmo dia.
Bruno Ramon Pereira, de 15 anos, teve fraturas múltiplas e teve de ser transferido para o Hospital Bom Jesus, de Ponta Grossa. A pedido da família, o hospital não passa mais informações sobre o estado de saúde do adolescente, que continua internado no local.



