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As filas formadas em finais de semana e feriados estão entre as reclamações dos usuários | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
As filas formadas em finais de semana e feriados estão entre as reclamações dos usuários| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

De olho na Copa

De olho principalmente nos turistas que virão a Curitiba durante a Copa do Mundo de 2014, a prefeitura estuda oferecer novos serviços na Linha Turismo. A primeira proposta, em estudo pelo Instituto Municipal de Turismo, é a criação de uma segunda linha com pontos turísticos que interessam os torcedores que virão para o Mundial, com a inclusão, por exemplo, dos estádios Arena da Baixada e Couto Pereira e das praças do Japão e da Espanha. Outra proposta é criar um índice de qualidade na gestão da linha, levando em conta fatores como pontualidade, velocidade, itinerário, veículo, limpeza, cortesia e sistema de informação ao usuário. Há ainda a proposta de instalação de fones de ouvido individuais para o turista selecionar seu idioma para ouvir as informações.

Saiba mais

Conheça alguns detalhes sobre o passeio:

• A Linha Turismo percorre 25 pontos turísticos de Curitiba, em um percurso de 46 quilômetros.

• A tarifa de R$ 27 dá direito ao passageiro descer em quatro pontos e reembarcar em seguida. Os veículos passam, em média, a cada meia hora pelos pontos.

• Os tíquetes não têm prazo de validade e o passeio pode ser retomado em outros dias.

• Os veículos são do modelo double decker, mais altos e com capacidade para até 55 passageiros.

• Cerca de 90% dos passageiros são turistas e 10%, curitibanos.

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Você já usou a Linha Turismo de Curitiba? Como você avalia o serviço? Em que ele pode ser melhorado?

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Os números da Linha Turismo, uma das principais atrações de Curitiba, impressionam. Em 2011, foram 604 mil embarques no percurso de 46 quilômetros que passa pelos principais pontos turísticos da capital. A estimativa de crescimento da demanda é de pelo menos 10% ao ano. Apesar da evolução positiva, há alguns nós no serviço que precisam ser desatados. Atrasos e filas nos pontos de embarque e desembarque da linha, baixa receptividade de motoristas e cobradores e falta de informações são situações que incomodam o turista. Por essas dificuldades, há quem considere elevado o preço da tarifa de R$ 27.

As observações foram feitas por usuários entrevistados e percebidas nas viagens feitas pela Gazeta do Povo a bordo da linha. Não há centros de informação ao turista na maioria dos pontos nem um guia dentro do veículo, o que deixa, em muitos casos, a recepção e o fornecimento de informações por conta de motoristas e cobradores – algo que nem sempre ocorre de modo adequado. Do lado de fora, algumas paradas estão mal conservadas e filas se formam nos finais de semana e feriados com o aumento da demanda.

Para o poder público, muitos problemas são pontuais e melhorias constantes são feitas no passeio, que, segundo pesquisas de opinião, foi considerado bom ou ótimo por 90% dos usuários em 2011. Pontuais ou não, o fato é que situações como essas precisam ser superadas para não estragar o passeio de ninguém. "[As situações encontradas] são indicativos de que a linha precisa de melhorias. Sabemos que hoje ela é adequada, mas para a Copa do Mundo precisaria de melhorias", analisa o professor do curso de Turismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná André Poletti, que avalia o roteiro em trabalhos com os alunos.

Poletti aprova a Linha Turismo e diz que ela "não deixa nada a desejar" quando comparada com outros serviços ofertados pelo mundo. No entanto, ele aponta que Curitiba precisa melhorar no fornecimento de informações, no cumprimento de horários que constam nos pontos e pôr mais veículos à disposição nos horários de maior movimento.

Gargalos

Veja alguns questionamentos feitos por turistas e a resposta dada pela prefeitura de Curitiba:

Preço e conforto

O valor da tarifa (R$ 27) é considerado alto por muitos turistas. O militar Huelinton Fernandes, de Brasília, conta que ficou surpreso com o valor. Para ele, por esse preço, o passeio deveria oferecer mais conforto, como servir água, ter veículos com ar condicionado e contar com guias turísticos.

A presidente do Instituto Municipal de Turismo, Juliana Vosnika, explica que o valor da tarifa em Curitiba é bastante inferior à média mundial, de 25 a 30 dólares ou euros, e que os veículos daqui são confortáveis. Sobre o pedido de guias turísticos, Juliana afirma que foi feito um estudo que apontou a necessidade de 20 a 30 guias por dia, ideia abortada devido ao alto custo.

Atendimento

Na falta de centros de informação na maioria das paradas da linha, motoristas e cobradores ficam responsáveis por dar informações. Há dificuldades na comunicação, principalmente com turistas estrangeiros. Os norte-americanos Chris Hamilton e Kerry Wels confessam que não entenderam bem como funcionava o passeio: "Recebemos mais informações no hotel do que aqui."

Segundo Juliana, dos 25 pontos, 10 têm postos de informação turística. A previsão é iniciar em 2013 as obras para uma central de atendimento com espaço para guias no Jardim Botânico, a atração mais visitada. Ela afirma que informações estão contidas nos folhetos entregues aos turistas em três idiomas e que uma central telefônica 24 horas disponibiliza informações. A Urbs informa ainda que são feitos treinamentos com os motoristas, mas que não há obrigatoriedade de os profissionais terem conhecimento de outro idioma.

Infraestrutura

No ônibus em que os americanos Hamilton e Kerry embarcaram, o sistema de gravação que informa aos turistas as próximas paradas não funcionou durante metade da viagem. O cobrador informou que havia um problema com o GPS que identifica as paradas. Dentro dos ônibus, outra falha constatada é o barulho gerado pela cobertura no piso superior. Na parte de fora, muitos pontos estão pichados e sujos.

A Urbs afirma que os pontos recebem manutenção periódica e a orientação é de que o usuário denuncie atos de vandalismo pelo telefone 156. Com relação ao GPS, o órgão afirma que a situação pode ocorrer, mas o equipamento deve ser sempre calibrado quando o veículo sai da garagem. Já o problema da lona é uma situação que atinge os veículos mais antigos, que tiveram de ser adaptados para receber a cobertura.

Filas

O passeio tranquilo durante dias de semana pode se tornar uma dor de cabeça em finais de semana e feriados. O aumento no número de passageiros gera situações em que veículos chegam lotados nos pontos, fazendo com que os usuários tenham de aguardar por mais tempo a chegada de outros ônibus. A demora na compra da passagem dentro do ônibus é outro fator que impulsiona as filas.

Segundo Juliana, filas ocorrem em diversos roteiros de ônibus pelo mundo. Em Curitiba, quando há um pico, as antigas jardineiras são colocadas no roteiro, mas os turistas evitam embarcar nos ônibus comuns. A linha tem uma frota de sete ônibus de dois andares e cinco jardineiras. Sobre a compra de bilhetes, Juliana afirma que foi encaminhado à Urbs um projeto para que os tíquetes fossem comercializados pela internet e em postos de informação turística.

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