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"Trabalhar com mendigos não é muito a minha praia. Meu trabalho está mais ligado com atividades da polícia." A frase é da assistente social Rosane Maria de Oliveira, indicada no fim do ano passado pelo prefeito José Baka Filho (PDT) para coordenar os trabalhos da administração municipal relacionados aos moradores de rua. O nome dela teria sido indicado ao prefeito pelo diretório do Partidos dos Trabalhadores (PT) na cidade, do qual ela faz parte.

Rosane conversou com a reportagem da Gazeta do Povo na sala da assessoria de imprensa da prefeitura de Paranaguá, na tarde de terça-feira. Expressando posições contrárias ao desempenho de sua função, a assistente social causou surpresa nos assessores que acompanharam a entrevista.

Rosane, que dirige o albergue da cidade, afirmou que "50% dos moradores de rua que perambulam por Paranaguá são marginais." Ela disse inclusive que tem trabalhado em parceria com a polícia, informando onde estariam localizados alguns "mocós" (esconderijos). Rosane revelou que aciona a Polícia Militar regularmente para "levantar os antecedentes criminais de pessoas que chegam embriagadas ou causam confusões no albergue".

Para a assistente social, as notícias de maus-tratos publicadas pela imprensa no ano passado dificultaram o trabalho. "Ficou mais difícil trabalhar com eles. Agora no albergue só temos um guarda municipal e ainda por cima desarmado." Rosane disse que aceitou coordenar o setor "por ser um desafio." "Isso não me agrada, nunca quis trabalhar na área", revelou.

Providências

Informado por seus assessores sobre as declarações da assistente social, o prefeito José Baka Filho disse ontem que vai conversar com Rosane. "Na hora de assumir o cargo, as pessoas não reclamam. Amanhã (hoje) vou adotar as providências necessárias". (CO)

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