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A maioria da população brasileira considera a rapidez a característica mais importante para um bom meio de transporte, de acordo com pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Chamado de Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) - Mobilidade Urbana, o levantamento mostra que quem se desloca a pé, de bicicleta, carro, moto ou transporte público avalia a velocidade como fator determinante de um meio de transporte adequado.

Essa característica também é a mais citada como a principal condição para aqueles que não utilizam o transporte público passassem a usá-lo. A maioria das pessoas que se desloca de bicicleta, carro ou moto respondeu que poderia se tornar usuário do transporte público se ele fosse mais rápido. Para quem se desloca a pé, o principal fator para se tornar usuário do transporte público é a disponibilidade.

No caso de uma segunda condição para usar o transporte público, a disponibilidade aparece em primeiro lugar para quem se desloca a pé, de bicicleta ou moto. Só quem se locomove de carro apontou a rapidez como fator determinante. Alguns entrevistados deram a mesma resposta na primeira e na segunda condição, o que gera repetições nos resultados.

Entre os não usuários preferenciais de transporte público, mais de 20% alegaram que não passariam a utilizá-lo em nenhuma condição. Entre aqueles que se deslocam de carro, moto ou bicicleta, o principal motivo para a escolha do meio de transporte está ligado à rapidez. Para os usuários de transporte público, a opção se dá porque ele é mais barato. Quem se desloca a pé cita como motivo o fato de o meio "ser saudável".

Mais utilizado

A pesquisa aponta que o meio de transporte mais utilizado para locomoção nas regiões metropolitanas é o transporte público: 60 05% dos entrevistados afirmaram usá-lo. Em seguida está o carro (22,55%), a moto (7,02%), quem se desloca a pé (6,89%) e os que utilizam a bicicleta (3,48%). Fora das regiões metropolitanas há uma queda brusca no número de pessoas que usam o transporte público: o porcentual cai para 24,55%. O carro, com 25,28% das respostas, é o meio de locomoção mais frequente. Depois aparecem os que se deslocam a pé (19,85%), de moto (18,88%) e bicicleta (11,43%).

O estudo fez esse mesmo questionamento comparando as capitais e as outras cidades. Nas capitais, o transporte público é o mais usado (64,98%), seguido de carro (23,39%), moto (5,57%), bicicleta (3,22%) e de deslocamentos a pé (2,85%). Na comparação com as demais cidades há uma diferença bastante significativa nos porcentuais. Fora das capitais, 16,63% se deslocam a pé, 15 02% utilizam a moto, 8,54% a bicicleta e 35,89% o transporte público. Só o porcentual daqueles que utilizam o carro se mantém: 23,91%.

Por fim, o levantamento solicitou aos entrevistados que avaliassem o meio de transporte utilizado, que foi dividido em três categorias: não motorizado (a pé e bicicleta), motorizado individual (carro e moto) e coletivo (transporte público). De acordo com a pesquisa, o transporte coletivo foi o único que ficou abaixo dos 50% no item "muito bom ou bom". Nessa mesma classificação, o transporte não motorizado obteve mais de 70% e o motorizado individual, mais de 80%.

Metodologia

A pesquisa, que se restringiu ao meio urbano e ao deslocamento de pessoas, foi realizada por meio de entrevistas domiciliares, em um total de 2.786 questionários válidos (com 30 questões), aplicados a maiores de 18 anos, entre os dias 4 e 20 de agosto de 2010, em 146 municípios. O levantamento considerou uma "distribuição pelas grandes regiões do país e por cotas, tendo como parâmetros a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)".

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