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Brasília – Integrantes da CPI dos sanguessugas acreditam que a participação efetiva de parlamentares no esquema que fraudava a compra de ambulâncias, inclusive com a cooptação de prefeitos, vai além da quebra de decoro parlamentar.

Segundo revelou em depoimento o empresário Luiz Antônio Veodin, deputados e senadores não só se corromperam com propinas, mas operaram pessoalmente o esquema de fraudes nas licitações da máfia das ambulâncias.

O depoimento de nove dias à Justiça do empresário, transcrito num documento obtido com exclusividade pelo jornal "o Globo" desmonta, portanto, a tese de que a parte dos parlamentares no esquema era só a apresentação de emendas. Segundo Vedoin, pelo menos 40 parlamentares operaram pessoalmente o esquema de fraudes nas licitações.

Para o sub-relator da CPI deputado Júlio Delgado (PSB-MG), as revelações feitas pelo depoimento do empresário são graves e mostram a atuação concreta de parlamentares no esquema.

"Acho que houve claramente quebra de decoro e mais do que isso, se tudo o que ele disse for comprovado, houve crime com dinheiro público", disse Delgado.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), concorda: "Negociar com prefeito é algo normal. Mas negociar com prefeito para tirar alguma vantagem financeira e desviar dinheiro público é uma indecência, sem sombra de dúvida, no mínimo, quebra de decoro parlamentar".

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), acredita que os donos da Planam reuniram documentos contra parlamentares porque temiam que um dia fossem descobertos.

"A quadrilha foi se documentando, foi se preparando para um eventual momento como esse de investigação, com seus membros sendo presos. Eles estão bem documentados e o material é vasto. Ele pode até estar protegendo alguém, mas quando ele faz uma acusação e prova isso, dá veracidade a seu depoimento", disse.

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