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O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) divulgou uma nota oficial na tarde de ontem afirmando que o descarte de peixes é a hipótese mais provável para explicar o aparecimento de sardinhas-xingó mortas na Baía de Paranaguá. Segundo o órgão, a tese é reforçada pelo fato de que os peixes não teriam interesse comercial por causa do tamanho. A nota foi feita em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Batalhão de Policia Ambiental e a Coordenadoria Regional de Defesa Civil.

Um navio pesqueiro foi visto perto da Ilha do Mel na madrugada de 29 para 30 de dezembro, o que também reforça a hipótese de descarte, segundo os órgãos ambientais. Pescadores de Paranaguá passaram a sentir cheiro forte na água no último dia 30 e, desde então, os animais apareceram mortos.

Para o capitão Durval Tavares Júnior, comandante da companhia de Polícia Ambiental do Litoral, os peixes foram descartados na baía. "Não foram encontrados resquícios de produtos químicos nas amostras de sardinha, o que faz com que seja remota a hipótese de que a mancha verde que foi vista na água tenha ocasionado a mortandade", afirmou o capitão Tavares.

Já o Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR) afirmou na nota técnica que "mesmo que análises adicionais nos organismos afetados venham a mostrar a presença de algum contaminante químico, não seria possível relacioná-lo a um único vazamento ou evento de contaminação e atribuí-la como a causa da mortandade da sardinha-xingó".

O centro explicou ainda que o fato de apenas uma espécie ter morrido diminui a possibilidade de ter ocorrido a contaminação por produtos químicos. O CEM-UFPR aguarda o resultado de laudos sobre a água e sobre a manta de contenção que serão feitos por uma empresa contratada pela prefeitura de Paranaguá. O centro investiga também a concentração de amônia, nitrato e nitrito nas águas da baía.

A nota técnica do CEM-UFPR confirmou que as sardinhas-xingó não estavam doentes e que microalgas tóxicas não causaram a mortandade dos peixes. Segundo a Polícia Ambiental, um inquérito foi aberto para investigar o caso e a Polícia Federal quer descobrir quem pode ter despejado os peixes na Baía de Paranaguá.

Outro lado

A prefeitura de Paranaguá afirmou acreditar que a mortandade dos peixes tenha sido ocasionada pelo derramamento de produtos químicos na água. O executivo municipal disse não concordar com a hipótese de descarte de sardinha-xingó por um navio pesqueiro. Sobre a embarcação pesqueira citada pelos órgãos ambientais, a prefeitura argumentou que se tratava de um barco carregado com camarões e não com peixes.

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