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Ataque foi o primeiro registrado em Fernando de Noronha na história | Hermanio Oliveira/ABR
Ataque foi o primeiro registrado em Fernando de Noronha na história| Foto: Hermanio Oliveira/ABR

É estável o quadro do turista paranaense que foi atacado por um tubarão, em Fernando de Noronha, na tarde desta segunda-feira (21). O homem de 33 anos não teve sua identidade divulgada a pedido da família. Ele passou por uma cirurgia no Hospital da Restauração, em Recife, na manhã desta terça-feira (22).

O paciente deu entrada no hospital de Recife por volta das 8h da manhã, transferido por uma aeronave que também funciona como UTI aérea. Ainda pela manhã, entrou no centro cirúrgico para reconstrução óssea e dos vasos sanguíneos.

Ele deve ficar em observação por 72 horas. O procedimento é padrão para mordeduras de tubarão, que podem desencadear infecções, devido às sujeiras acumuladas na dentição do bicho. Após este período, o paciente deve fazer nova cirurgia, para colocação de um tecido na extremidade do seu antebraço.

O ataque foi o primeiro da história em Fernando de Noronha, desde que Pernambuco passou a fazer o controle, em 1992. Autoridades locais suspeitam que seja um ponto fora da curva. Isto porque as mordidas de tubarão, em geral, ocorrem próximos a grandes centros urbanos, em locais onde há forte desequilíbrio ambiental. Não é o caso da ilha.

“Foge às características. Apesar de se tratar de uma ilha oceânica e ter muitos tubarões, nunca nos preocupamos, porque é um local com bastante equilíbrio, proteção, a quantidade de pessoas na praia é controlada”, explica o coronel do Corpo de Bombeiros Clóvis Ramalho, presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).

O incidente foi próximo ao anoitecer horário em que os peixes maiores em geral se aproximam da costa, para alimentação. O paranaense estava a cerca de 150 metros da orla, a três metros de profundidade. Além disso, a água neste período do ano é mais turva, devido ao fenômeno do swell, que deixa o mar mais revolto.

A principal hipótese é de que o turista foi atacado por um tubarão do tipo tigre, mais raro na região. As espécies arrecife, lixa e limão, mais comuns, são mais mansas.

“É um tubarão curioso, que morde e solta. Não houve ataques repetidos. Ele mordeu, viu que não era da cadeia alimentar dele e soltou”, explica o presidente do Cemit.

Os casos clássicos de ataques de tubarões a banhistas ocorrem quando há um desequilíbrio no ecossistema, que leva à escassez de alimento e, por sua vez, à busca por presas humanas.

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