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A demolição da Ferradura, antigo ponto de comércio de Paranaguá, deve ser concluída este mês | Fotos: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
A demolição da Ferradura, antigo ponto de comércio de Paranaguá, deve ser concluída este mês| Foto: Fotos: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

PR perde passageiros para SC

Passageiros de cruzeiros transatlânticos até conseguem visitar hoje os pontos turísticos do litoral do Paraná, mas precisam de muita curiosidade e disposição para encarar uma viagem de até 200 quilômetros a mais.

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Obra não tem dinheiro garantido

A prefeitura de Paranaguá estima que sejam necessários R$ 37 milhões para construir o terminal de passageiros, ao lado de uma região de mangue à direita do atual cais do Porto de Paranaguá.

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Temporada de 2011 terá aquário

O aquário gigante custará R$ 5 milhões e será pago pela Cattalini, operadora do Porto de Paranaguá, como forma de compensação pelos estragos causados pela explosão do navio Vicuña, em 2004.

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  • No lugar será construído o aquário gigante. As obras começam este ano e já têm investimento garantido
  • O ponto de embarque de passeios no Rio Itiberê pode migrar para novo terminal

Dois projetos, um deles com dinheiro já garantido, devem mudar o turismo do Litoral e dinamizar o setor em todo o Paraná. A construção de um aquário marinho gigante no centro de Paranaguá e de um terminal de passageiros ao lado direito do porto local, com capacidade para receber grandes transatlânticos, deve aumentar o número de turistas no estado. As obras são apostas para a integração dos produtos turísticos de todo o litoral. Além disso, devem alavancar a visitação às atrações turísticas litorâneas, como a Ilha do Mel, os passeios de barco pela baía, a degustação do barreado, o movimento no centro histórico e a ligação ferroviária com Curitiba, que corta a Serra do Mar em um cenário de montanhas e importantes obras da engenharia, como a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto Carvalho.

A intenção dos gestores públicos do Litoral é tornar Paranaguá uma referência nacional em turismo com a integração de diferentes produtos: naturais, históricos, gastronômicos e educativos. O principal objetivo, especialmente quanto ao terminal de passageiros, é aumentar o fluxo de visitantes, que hoje chega a 2,3 milhões ao longo do ano na região. Além disso, o turista atraído para o litoral poderá integrar pacotes com outros destinos do estado, como as Ca­­taratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, o Parque de Vila Velha, em Ponta Grossa, e os espaços de negócios, gastronomia e parques de Curitiba. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Paraná (Sindetur), Aroldo Schultz, todos os destinos paranaenses serão beneficiados. "Mesmo que o navio fique apenas um dia, o turista tem de ter a opção de pegar um avião, ir até Foz e voltar."

O aquário marinho terá a construção (estimada em R$ 5 milhões) custeada pela empresa Cattalini, como forma de reparar os danos causados pela explosão do navio Vicuña, em 2004. A previsão é que ainda este mês comecem as obras estruturais e ele fique pronto para receber o público no fim do ano que vem. (veja matéria ao lado).

Já o terminal de passageiros depende ainda da elaboração de um projeto executivo e de convencer o governo federal a bancar os R$ 37 milhões para erguer o cais e o terminal de embarque e desembarque. (veja matéria ao lado).

Se garantirem a viabilidade financeira, os projetos vão forçar a mudança do perfil da oferta de serviços turísticos do litoral. Será necessário treinar e qualificar os trabalhadores e prestadores de serviços e articular a integração dos empresários do setor.

A sociedade está dividida entre a vontade de fazer as obras saírem do papel e o medo de que tudo não passe de um projeto na prancheta. "Nós temos de parar de sermos acanhados", diz o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT). O discurso é reforçado pelo presidente da Fundação de Turismo de Paranaguá, Luis Fernando Gaspari: "queremos que o turismo se torne a principal mola da economia da cidade".

A iniciativa privada afirma que é a proposta é louvável, mas que só dará certo com o envolvimento da população local, em especial o trade turístico de Paranaguá e cidades vizinhas, como Antonina, Morretes, Pontal do Sul, Matinhos e Guaratuba.

O presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral) e dono de uma pousada na Ilha do Mel, Carlos César Gnata, acredita que os principais desafios serão organizar o setor turístico e fomentar os investimentos privados na região. "Precisamos capacitar os profissionais que vão receber o turista, inclusive com o aprendizado de outras línguas, melhorar o receptivo das agências e envolver a população."

Gnata acredita que uma das ações iniciais deva ser a organização do ecoturismo no litoral para fisgar o público atraído para a região com os novos empreendimentos. Este segmento beneficiaria outras cidades litorâneas e não só Paranaguá. "Se os municípios estiverem integrados, poderão oferecer pacotes, através das agências de turismo, para os visitantes conhecerem todos os cantos do litoral."

Para o presidente do Conselho do Litoral e secretário de Meio Ambiente do Paraná, Rasca Rodrigues, as prefeituras terão de se empenhar para dotar as cidades litorâneas de infraestrutura para o novo turista atraído pelo terminal de passageiros. "Não adianta ter o terminal se não houver banheiros decentes nos restaurantes, hotéis adequados à exigência deste público, cozinhas de acordo com a demanda. O [terminal] vai virar um elefante branco."

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