PR perde passageiros para SC
Passageiros de cruzeiros transatlânticos até conseguem visitar hoje os pontos turísticos do litoral do Paraná, mas precisam de muita curiosidade e disposição para encarar uma viagem de até 200 quilômetros a mais.
Obra não tem dinheiro garantido
A prefeitura de Paranaguá estima que sejam necessários R$ 37 milhões para construir o terminal de passageiros, ao lado de uma região de mangue à direita do atual cais do Porto de Paranaguá.
Temporada de 2011 terá aquário
O aquário gigante custará R$ 5 milhões e será pago pela Cattalini, operadora do Porto de Paranaguá, como forma de compensação pelos estragos causados pela explosão do navio Vicuña, em 2004.
Dois projetos, um deles com dinheiro já garantido, devem mudar o turismo do Litoral e dinamizar o setor em todo o Paraná. A construção de um aquário marinho gigante no centro de Paranaguá e de um terminal de passageiros ao lado direito do porto local, com capacidade para receber grandes transatlânticos, deve aumentar o número de turistas no estado. As obras são apostas para a integração dos produtos turísticos de todo o litoral. Além disso, devem alavancar a visitação às atrações turísticas litorâneas, como a Ilha do Mel, os passeios de barco pela baía, a degustação do barreado, o movimento no centro histórico e a ligação ferroviária com Curitiba, que corta a Serra do Mar em um cenário de montanhas e importantes obras da engenharia, como a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto Carvalho.
A intenção dos gestores públicos do Litoral é tornar Paranaguá uma referência nacional em turismo com a integração de diferentes produtos: naturais, históricos, gastronômicos e educativos. O principal objetivo, especialmente quanto ao terminal de passageiros, é aumentar o fluxo de visitantes, que hoje chega a 2,3 milhões ao longo do ano na região. Além disso, o turista atraído para o litoral poderá integrar pacotes com outros destinos do estado, como as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, o Parque de Vila Velha, em Ponta Grossa, e os espaços de negócios, gastronomia e parques de Curitiba. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Paraná (Sindetur), Aroldo Schultz, todos os destinos paranaenses serão beneficiados. "Mesmo que o navio fique apenas um dia, o turista tem de ter a opção de pegar um avião, ir até Foz e voltar."
O aquário marinho terá a construção (estimada em R$ 5 milhões) custeada pela empresa Cattalini, como forma de reparar os danos causados pela explosão do navio Vicuña, em 2004. A previsão é que ainda este mês comecem as obras estruturais e ele fique pronto para receber o público no fim do ano que vem. (veja matéria ao lado).
Já o terminal de passageiros depende ainda da elaboração de um projeto executivo e de convencer o governo federal a bancar os R$ 37 milhões para erguer o cais e o terminal de embarque e desembarque. (veja matéria ao lado).
Se garantirem a viabilidade financeira, os projetos vão forçar a mudança do perfil da oferta de serviços turísticos do litoral. Será necessário treinar e qualificar os trabalhadores e prestadores de serviços e articular a integração dos empresários do setor.
A sociedade está dividida entre a vontade de fazer as obras saírem do papel e o medo de que tudo não passe de um projeto na prancheta. "Nós temos de parar de sermos acanhados", diz o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT). O discurso é reforçado pelo presidente da Fundação de Turismo de Paranaguá, Luis Fernando Gaspari: "queremos que o turismo se torne a principal mola da economia da cidade".
A iniciativa privada afirma que é a proposta é louvável, mas que só dará certo com o envolvimento da população local, em especial o trade turístico de Paranaguá e cidades vizinhas, como Antonina, Morretes, Pontal do Sul, Matinhos e Guaratuba.
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral) e dono de uma pousada na Ilha do Mel, Carlos César Gnata, acredita que os principais desafios serão organizar o setor turístico e fomentar os investimentos privados na região. "Precisamos capacitar os profissionais que vão receber o turista, inclusive com o aprendizado de outras línguas, melhorar o receptivo das agências e envolver a população."
Gnata acredita que uma das ações iniciais deva ser a organização do ecoturismo no litoral para fisgar o público atraído para a região com os novos empreendimentos. Este segmento beneficiaria outras cidades litorâneas e não só Paranaguá. "Se os municípios estiverem integrados, poderão oferecer pacotes, através das agências de turismo, para os visitantes conhecerem todos os cantos do litoral."
Para o presidente do Conselho do Litoral e secretário de Meio Ambiente do Paraná, Rasca Rodrigues, as prefeituras terão de se empenhar para dotar as cidades litorâneas de infraestrutura para o novo turista atraído pelo terminal de passageiros. "Não adianta ter o terminal se não houver banheiros decentes nos restaurantes, hotéis adequados à exigência deste público, cozinhas de acordo com a demanda. O [terminal] vai virar um elefante branco."
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