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A tarifa cobrada na praça de pedágio da BR-277, que liga Curitiba ao litoral, passou de R$ 4,10 para R$ 13,30 entre 1998 e 2011 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
A tarifa cobrada na praça de pedágio da BR-277, que liga Curitiba ao litoral, passou de R$ 4,10 para R$ 13,30 entre 1998 e 2011| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Valor da tarifa quase triplicou em 12 anos

Em comparação com os preços que eram praticados quando o pedágio foi implantado no Paraná, em 1998, as tarifas praticamente triplicaram. A variação de 185% representa a média dos valores praticados em várias praças do estado. Alguns trechos subiram bem acima desse porcentual, como é o caso do percurso entre Curitiba e o litoral paranaense. A tarifa original era de R$ 4,10 e atualmente está em R$ 13,30 – oscilação de 224%.

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Preço médio cobrado no Paraná é de R$ 14,35

A tarifa média paga por veículo unitário que passa nas praças de pedágio paranaenses é de R$ 14,35 – preço bem acima dos demais sistemas de concessão integrados no Brasil. O valor é calculado ao dividir toda a arrecadação com pedágio pelo número de veículos pagantes, levando em consideração que veículos pesados pagam, a cada passagem, bem mais do que automóveis.

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A combinação de reajustes das tarifas de pedágio acima da inflação com o aumento do número de veículos circulando nas rodovias concedidas do Paraná fez a arrecadação das concessionárias subir 238% nos últimos nove anos. As seis empresas que administram estradas no estado arrecadaram juntas, em 2001, R$ 355 milhões e fecharam 2010 com faturamento de R$ 1,2 bilhão. Os dois principais fatores que elevaram a receita foram justamente as correções da tarifa – que quase triplicou desde o início da concessão , com aumento de 185%– e o crescimento do tráfego, na faixa de 51%.

A comparação da receita das concessionárias, elaborada pela Gazeta do Povo, desconsidera os primeiros anos do contrato de concessão (de 1998 a 2000), quando oscilações nos valores das tarifas decorrentes de reajuste unilateral do governo do estado distorceriam a análise. No período de nove anos, entre 2001 e 2010, as despesas não au­­­men­­­taram na mesma proporção que as receitas.

Os custos operacionais, por exemplo, subiram 138% – 100 pontos porcentuais a menos que a arrecadação. "Temos bons resultados em função de uma gestão mais qualificada", pondera o presidente regional da Associação Brasi­­­leira de Concessionárias de Rodo­vias, João Chiminazzo Neto. Já o au­­­­mento no valor investido em no­­­vas obras foi de 39% em nove anos – é preciso considerar que o investimento inicial foi mais alto nos primeiros anos da concessão.

Outro fator que faz a receita das concessionárias paranaenses apresentarem uma variação positiva tão significativa é que, no Paraná, a proporção de caminhões e ônibus nas rodovias é expressiva. Para cada dois veículos leves trafegando, há um veículo pesado. Em São Paulo, a proporção é de três veículos leves para cada pesado. Caminhões e ônibus pagam pedágio por eixo, o que faz os valores unitários serem muito maiores.

Valor repassado

Para o economista Marcelo Cura­­­do, a quantidade de caminhões nas estradas do estado – seme­­­lhan­­­te ao tipo de tráfego em rodovias com concessão federal – é uma prova de que o valor das tarifas tem maior impacto nas movimentações econômicas no Paraná. "O pedágio não pesa só para quem vai até a praça de cobrança. Quem usa a rodovia repassa os custos e todos os produtos e serviços acabam sofrendo variações. Pode aumentar custos de exportações e influenciar no mercado interno."

O professor avalia ainda que o crescimento de 238% nas receitas – comparável a um aumento menor de despesas e investimentos – mostra que as concessionárias paranaenses são muito rentáveis. Ao longo dos últimos anos, o total arrecadado pelo sistema paranaense de pedágio tem representado entre 10% e 14% da receita dos pedágios em todo o país. Entretanto, o Paraná é responsável por apenas 6% da frota pagante no Brasil, índice que já foi de 15%.

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