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Com a camiseta enroscada num galho de árvore e a mil metros do local do acidente, o corpo do menino Bruno Oliveira da Silva, 4 anos, foi encontrado ontem, às 9h45, por uma equipe de resgate aquático do Corpo de Bombeiros. O sepultamento ocorre hoje, às 9 horas, no Cemitério do Boqueirão. O menino foi levado pela correnteza do Rio Barigüi, das mãos da mãe, Ilma Maria de Oliveira, 36 anos, durante a chuva de anteontem, em Curitiba. Lidar com a traumática e precoce perda do caçula será difícil para toda a família, que acompanhou toda a busca. O pai, Roberto Alencar da Silva, 34 anos, trabalhador de uma fábrica de gessos, chegou a ver o corpo sendo retirado do rio.

Este é o segundo filho que ele perde em pouco mais de três meses. Sua filha – fruto de outro relacionamento – Jaqueline Wesley de Lima, 10 anos, foi estuprada e assassinada em 9 de dezembro do ano passado, em Fazenda Rio Grande (região metropolitana de Curitiba). "Todos estão apavorados. O Bruno era o xodó da família. Agora vai ser muito difícil", diz.

Apesar de estar com ferimentos leves em todo o corpo, as marcas do trágico acidente que levou à perda do filho caçula estão sendo mais dolorosas para a mãe de Bruno. Ela foi arrastada por mais de 200 metros pela enxurrada e só conseguiu dormir com calmantes. "Tentei segurar ele e não consegui. Essa dor do machucado não é nada. Preferia ter perdido os dois braços", afirma.

Ilma e Roberto são casados há 18 anos e têm outros quatro filhos. Todos moravam havia 20 dias na casa localizada às margens do Rio Barigüi, próximo ao Parque Tingüi, no bairro Cascatinha. A mãe do menino ainda não sabe se retornará para o local, de onde tentava sair anteontem, enquanto a casa era tomada pela água. "Para onde olho lembro do meu bebê", diz.

A imagem do pequeno irmão alegre, que sonhava em ganhar uma bicicleta e estava aprendendo a falar, é a que vai permanecer para Karina, 13 anos. Ela contou que recebeu a notícia de que sua casa estava sendo alagada ainda enquanto estava na escola, com Carolina e Wilson, 12 e 14 anos respectivamente: "deu um aperto no coração em não saber onde o Bruno estava. Antes de eu ir para a escola ele me deu um beijinho, sorriu e disse que me daria outro beijo quando eu voltasse."

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