PF de Londrina abre inquérito para apurar denúncia de caixa 2

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A Polícia Federal de Londrina, no Norte do estado, pretende instaurar inquérito sobre a denúncia de caixa dois na campanha do prefeito Nedson Micheletti (PT) na tarde desta sexta-feira ou no mais tardar, na segunda-feira. Responsável por toda a movimentação de caixa nas últimas eleições, a assessora financeira Soraia Garcia decidiu acionar a Promotoria Eleitoral de Londrina sobre as supostas irregularidades. Na quarta-feira, ela afirmou que fez pagamentos no valor de R$ 6,5 milhões, dos quais apenas R$1,2 milhão teria sido declarado para a Justiça Eleitoral.

Segundo Soraia, em entrevista à TV Paranaense nesta sexta, o dinheiro foi usado para várias finalidades, como compra de móveis e equipamentos, e para pagar 80 candidatos a vereador da coligação do PT. A assessora afirmou ainda que cada beneficiado recebia "quatro, cinco mil (reais), dependendo da importância do cargo".

Na acusação, Soraia disse que o maior responsável pelo caixa 2 no PT de Londrina seria o presidente e atual secretário da Gestão Pública, Jacks Dias. O acusado defende-se, afirmando que "vamos estar respondendo à comunidade, uma a uma". E complementou: "Vamos estar, se for necessário, abrindo processo criminal para nos defender".

A Promotoria Eleitoral de Londrina e o delegado da PF local, Sandro Roberto Vianna dos Santos, se reuniram na manhã desta sexta-feira. O promotor Sérgio Correia de Siqueira entregou o material que deve servir para embasar as denúncias de Soraia. Segundo Siqueira, são documentos pessoais da assessora, como uma agenda com anotações sobre a campanha de Micheletti. O material será avaliado e o primeiro depoimento deve acontecer a partir da próxima semana. "O principal agora é a oitiva da Soraia", afirmou o delegado Santos.

A polêmica veio à tona nesta quinta-feira. Ela afirmou à TV Paranaense que foi uma atitude defensiva, por medo de que alguma coisa de ruim acontecesse para ela ou à família dela. Ao prestar depoimento ao Ministério Público, Soraia pediu proteção policial. "Falaram para mim, olha Soraia, toma cuidado. É mais fácil apagar você do que um disquete. O que eles têm de você é só a memória", disse.