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A Promotoria de Investigação Criminal (PIC), ligada ao Ministério Público (MP), ofereceu denúncia contra 26 pessoas que teriam participação em um esquema de rede de exploração sexual infanto-juvenil usada para cobrar propina de pedófilos. Eles são acusados de formação de quadrilha, concussão (crime semelhante à extorsão, mas praticado por funcionário público), atentado violento ao pudor, estupro e prostituição.

Os denunciados, presos em uma operação batizada de Navalha na Carne, são na maioria policiais civis (investigadores, delegados, escrivães e outros). Cada um deles foi denunciado por um ou mais crimes citados. Segundo o MP, a denúncia narra onze fatos criminosos ocorridos entre o início de 2005 e o mês de abril de 2006, em Curitiba. A denúncia foi embasada no inquérito concluído pela Corregedoria da Polícia Civil na última segunda-feira.

Conforme o inquérito e a denúncia, o esquema começou depois que uma das denunciadas, que mantinha uma agência de acompanhantes, recebeu de um cliente a solicitação de uma adolescente para a prática de atos sexuais. Depois disso, teria surgido a idéia de envolver policiais no esquema. O MP afirma que foi feito contato com um ex-policial, que procurou outros membros da corporação. Uma adolescente teria ficado responsável por reunir outras colegas da escola para viabilizar os crimes. Os contatos com os "clientes" seriam feitos em salas de bate-papo pela internet, entre outros meios.

De acordo com o inquérito, durante os encontros sexuais, após um sinal previamente ajustado, policiais invadiam o local, filmando e fotografando as pessoas. Dessa forma, as vítimas era pressionadas. Em troca, eram pedidos valores para que os envolvidos não fossem presos. O dinheiro arrecadado com o golpe seria dividido entre todos os denunciados.

A denúncia do MP indica 22 pessoas para prestarem depoimento como vítimas e testemunhas. O MP pede ainda que a Corregedoria da Polícia Civil, em posse de cópia da denúncia, instaure processo disciplinar. A intenção é que outras diligências sejam providenciadas pela Corregedoria, como exames periciais nos materiais apreendidos, identificação e inquirição de outras pessoas eventualmente envolvidas.

Prazo

Os policiais denunciados terão prazo de 15 dias para apresentar defesa prévia, antes que a Justiça se pronuncie sobre o recebimento ou não da denúncia. A PIC informa que entende que não há mais razão para manter sigilo sobre as identidades dos acusados e que por isso não poderá divulgar os nomes até posterior deliberação do juízo de Direito.

Os promotores que atuaram no caso se pronunciarão somente após o recebimento da denúncia pela Justiça.

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