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Funcionários da Polícia Científica, que agrega servidores do Instituto Médico-Legal e da Criminalística, aprovaram indicativo de greve em todo o estado. A paralisação será aprovada ou não a partir da reunião com o governo no dia 14, quando as polícias Civil e Militar estarão reunidas com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná.

Os servidores da Polícia Científica reivindicam melhorias funcionais e a revisão do plano de cargos e salários, enviada à Secretaria de Segurança Pública no ano passado e, até então, sem respostas. "Um ano de governo e nada mudou", diz a presidente da Associação dos Médicos Legistas do Paraná, Maria Letícia Fagundes. Peritos oficiais e auxiliares de necropsia de Curitiba, Maringá, Londrina e Ponta Grossa, que estavam presentes na assembleia que votou o indicativo de greve, reforçam que a mobilização não é apenas por melhorias salariais.

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná, Ciro José Cardoso Pimenta, informa que existem várias demandas ainda não atendidas, entre elas: ampliação de 100% do quadro de peritos e auxiliares, atualmente com 313 profissionais; direito ao porte de arma (que exclui somente o PR e o CE); pagamento de insalubridade de 20 e 40% sobre o salário, conforme o risco exposto; entre outros benefícios.

"O governo tem que atentar para as necessidades de melhorias. As condições de trabalho também estão atreladas às condições salariais", diz Pimenta.

Estagnação

De acordo com a auxiliar de necropsia Cleide Zermiani, 45 anos, há oito anos na função, ela nunca recebeu promoção e não sabe quando vai conseguir sair da classe 4, patamar inicial de um servidor público da Polícia Científica. Atualmente, a profissional, que atua em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, recebe R$ 1,4 mil. A categoria quer equiparação com profissionais de outros estados. Pimenta mostra que o perito criminal recebe pouco menos de R$ 5,4 mil e um auxiliar de necropsia chega a pouco mais R$ 1,4 mil. Equiparados com outros estados, os salários de peritos são os menores da região Sul. Em Tocantins, por exemplo, o salário é superior a R$ 7 mil. Cleide ressalta que uma greve da categoria poderia causar ônus para a população, com o acúmulo de cadáveres e falta de laudos, mas que a mobilização pode servir para impulsionar a efetivação de melhorias. O sindicato, no entanto, sinaliza que, se houver greve, deverão ser discutidos em uma próxima assembleia alguns pontos, como a não paralisação de serviços essenciais. O acúmulo de cadáveres e a falta de emissão de laudos poder gerar mais violência. "Não queremos ter uma perícia fraca, mas não seremos coniventes com a impunidade", diz Cleide Zermiani.

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