• Carregando...
Policiais militares, civis e fuzileiros navais ocupam desde as 5h deste domingo o Complexo do Caju, na zona portuária do Rio | Tânia Rêgo/ABr
Policiais militares, civis e fuzileiros navais ocupam desde as 5h deste domingo o Complexo do Caju, na zona portuária do Rio| Foto: Tânia Rêgo/ABr

Seis pessoas foram detidas na manhã de hoje durante operação de ocupação no Complexo do Caju, na zona portuária, e na Barreira do Vasco, na zona norte do Rio.

As ações da polícia estão sendo coordenadas pela 17ª Delegacia de Polícia do Rio, que fica em São Cristovão.

Segundo a assessoria da delegacia, duas pessoas foram presas por mandado de prisão que a Justiça havia expedido. Um preso em regime semiaberto foi detido e encaminhado para o presídio indicado pela Seap (Secretaria de Estado da Administração e da Previdência).

Durante a operação, a polícia prendeu, também, um homem que portava um teaser [arma de choque] e uma quantidade de drogas que seria para consumo próprio. Ele foi autuado e, depois, liberado. Além disso, três revolveres, uma pistola, coletes a prova de balas, munição e uma espada foram apreendidos durante a ocupação.

Segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltram, desde o dia 14 de fevereiro, as polícias Civil e Militar realizam uma operação para prender pessoas e apreender drogas que teriam a ver com o Complexo do Caju. Ele contou que foram detectadas 20 comunidades como possíveis rotas de fuga ou receptadoras de armas e drogas.

Balanço divulgado durante a entrevista no quartel central da Polícia Militar do Rio mostra que 284 pessoas foram presas e 36 menores apreendidos. Nessas comunidades, que a polícia não revela quais são, foram apreendidos 14 fuzis, 37 revólveres, nove espingardas, quatro carabinas, duas submetralhadoras e 24 granadas. A polícia ainda apreendeu 86 quilos de cocaína e 263 quilos de maconha.

A Polícia Federal apreendeu 93 quilos de pasta base de cocaína; 1.000 projéteis para fuzil calibre 7.62; 2.400 projéteis para calibre 9 milímetros e 28 carregadores para fuzil. Nessa ação, dois homens foram presos. A dupla foi abordada na Avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas, ainda durante a madrugada. Eles tentavam deixar o Complexo do Caju e seguiam em direção à Baixada Fluminense.

Ocupação

Cerca de 2.000 policiais militares e 200 fuzileiros navais ocuparam na madrugada desde domingo 13 favelas do Complexo do Caju para a implantação de duas UPPs. A ocupação foi rápida e não teve resistência e nem troca de tiros.

O clima era de apreensão entre moradores. "Fiquei assustado né?! Saí para trabalhar ontem e dei de cara com um monte de militares e tanques aqui hoje", disse o vigia Antonio Ferreira, 50, ao descer de um ônibus com outros moradores e seguir às pressas para o interior da favela Parque Alegria.

Equipes de fuzileiros navais retiraram no começo da manhã de hoje a maioria dos blindados que ocupavam o Complexo do Caju.

A Marinha já participou de outras ocupações para implantação de UPP. A corporação esteve presente nas ações nos Complexos do Alemão, Penha e Manguinhos, na zona norte, e na Rocinha, zona sul.

Por volta das 10h, as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro foram hasteadas em uma praça do Conjunto Boa Esperança, perto da favela Parque Alegria. Elas simbolizam a ocupação do território pelas autoridades.

O complexo do Caju é dominado por traficantes da facção criminosa Comando Vermelho. Cerca de 20 mil pessoas vivem na região, de acordo com o Censo 2010. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, esse é o último passo antes de ocupar as favelas vizinhas do Complexo da Maré, que tem mais de 130 mil habitantes.

Localizada entre as principais vias da cidade --avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela-- o aglomerado de favelas é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, zona norte, e precisa se deslocar em direção ao centro ou zona sul.

UPPS

A previsão é que o conjunto de favelas do Caju receba duas novas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Com elas, a cidade passa a ter 32 unidades.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame com o tempo será pensada a necessidade de se instalar uma terceira base da UPP na região. "É preciso pensar. Afinal, a região não é uma linha reta. Tem várias pontas e precisamos cobri-la. Então, estudaremos isso com o tempo", afirma Beltrame.

Linha Vermelha

O tráfego na Linha Vermelha foi liberado às 6h33 de hoje, após cerca de duas horas e meia de interdição para a ocupação das favelas do Complexo do Caju.

A via foi fechada por volta das 4h nos dois sentidos, entre a Ilha do Governador e o Campo de São Cristóvão, incluindo as vias de acesso a este trecho.

Por volta das 6h45, operadores da CET-Rio orientavam o trânsito na região, que é bom em ambos os sentidos da Linha Vermelha.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]