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A Polícia Federal (PF) prendeu 12 pessoas na Operação Harém para desarticular uma suposta quadrilha que atua no tráfico de mulheres brasileiras para o exterior. Foram presas seis pessoas em São Paulo – entre elas um americano detido anteontem, quando se preparava para viajar –, três no Rio de Janeiro, uma em Curitiba e duas nos Estados Unidos. Faltam ser cumpridos dois mandados de prisão na República Dominicana e um na França.

Na capital do Paraná, uma mulher foi presa pela manhã de ontem. Segundo a assessoria da PF, ela é acusada de ser uma agenciadora de mulheres e responsável por intermediar o contato dos clientes com as prostitutas. Entre os presos também estão três americanos. A polícia informou ontem que o grupo levava anualmente 200 mulheres, em média, para o exterior.

De acordo com as investigações, que duraram seis meses, as mulheres eram levadas para os Estados Unidos, França e República Dominicana. A PF ainda não sabe há quanto tempo o grupo agia, mas estima que cada mulher gerasse US$ 40 mil por mês – também não se sabe quanto do valor ficava com a quadrilha.

Segundo a PF, parte das mulheres sabia que trabalharia com prostituição. Outras eram atraídas com falsas promessas de emprego. Elas eram aliciadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio, Minas Gerais e Bahia. Segundo o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, o órgão já está colhendo os depoimentos das mulheres que retornaram ao Brasil. "Para o Brasil, estas mulheres são vítimas", afirmou. Coimbra não soube informar se as brasileiras que continuam nos outros países devem ser extraditadas. A PF informou também que foram bloqueadas dez contas bancárias e computadores foram apreendidos para investigação.

Investigação

Segundo a PF, as investigações sobre a quadrilha começaram no estado do Espírito Santo, com a descoberta de que mulheres brasileiras eram levadas para o exterior, onde eram obrigadas a realizar programas de prostituição. A maior parte das vítimas do golpe eram levadas para Las Vegas, nos Estados Unidos, para trabalharem em cassinos de grande porte. A operação contou com o apoio da Agência de Imigração Americana (ICE), a Defense Security Service, Interpol, policiais da República Dominicana e dos Estados Unidos.

Os presos vão responder pelos crimes de favorecimento prostituição, rufianismo (obter lucro por meio da prostituição de outra pessoa), tráfico internacional de pessoas para fins de prostituição e formação de quadrilha.

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