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O tráfico juvenil não é o único tipo de ocorrência incidente nos ônibus de linha. Misturados a passageiros, traficantes e contrabandistas também embarcam com munições e remédios para serem distribuídos por todo o país em remessas formiguinhas.

A Guarda Municipal é o único órgão de segurança com sala na rodoviária. No entanto, por causa do efetivo reduzido, os guardas não permanecem no local o tempo todo e fazem apenas fiscalizações esporádicas. O trabalho da corporação também é limitado pela legislação. Conforme o diretor da Guarda, Josnei Marquardt, a atribuição na rodoviária é manter a segurança patrimonial, dos funcionários, usuários, além de prestar orientações e serviços de assistência social. As apreensões de drogas e munições são realizadas apenas se houver flagrante, porque a Guarda não tem poder de polícia. "Quando nos deparamos com crimes tomamos as medidas cabíveis e encaminhamos para os outros órgãos de segurança", explica Marquardt. Hoje, a corporação conta com 303 guardas.

Atualmente, o número de guardas municipais no terminal está reduzido porque parte da corporação participa de cursos e precisa atender outras demandas de serviço por toda a cidade. Por isso as apreensões de drogas e ilícitos que chegaram a ocorrer mais de uma vez ao dia hoje não são freqüentes. "Teve época que fazíamos de três a quatro flagrantes ao dia", diz o chefe da Divisão Operacional da GM, Ermógenes Zanellato. Mesmo assim, neste ano o número de atendimentos no terminal já somou 226 contra 203 do ano passado, mas a maior parte dos casos não foi de flagrante policial.

Outro problema enfrentado são as ações judiciais sofridas pelos próprios guardas. Como não têm poder de polícia, alguns chegaram a ser condenados a pagar cestas básicas ou serviços comunitários por estarem fazendo o papel atribuído a outro órgão, fato que vem inibindo o trabalho.

A Polícia Militar (PM), a Polícia Civil e a Receita Federal também atuam na rodoviária em ocasiões esporádicas. A PM faz patrulhamentos em horários alternados no terminal e eventualmente leva cães farejadores para localizar drogas no guarda-volumes e nas bagagens. As incursões atualmente são raras porque os dois cães aptos a fazer o trabalho estão sendo treinados. A perspectiva da PM é de que nos próximos meses a fiscalização volte a ser feita com regularidade. A Polícia Civil faz apreensões de drogas decorrentes de investigações e a receita, blitze esporádicas no terminal porque não tem funcionários suficientes para uma fiscalização fixa.

Na tentativa de coibir o crime nos ônibus, algumas medidas foram tomadas pela Receita Federal e a Aterfi, administradora do terminal. Cada passageiro pode embarcar com no máximo 30 quilos de bagagem e está proibido levar mercadorias do Paraguai dentro do ônibus, apenas no bagageiro.

Apesar de ser "formiguinha", o contrabando e o tráfico que passam pela rodoviária surpreendem algumas vezes. No dia 3 de maio deste ano, fiscais da receita apreenderam em um ônibus da linha Foz do Iguaçu–Rio de Janeiro oito armas calibre 9 mm, cinco pistolas 45 mm, 100 unidades de munição, 110 gramas de cocaína e 565 gramas de haxixe. Os ônibus de linha são usados para o transporte de pequenas quantidades de drogas ou mercadorias como remédios e armas, que podem ser ocultados dentro de sacolas com outros produtos.

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