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São Paulo - O piloto que sobreviveu ao acidente com o avião C-98 Caravan da Aeronáutica disse ontem, em Manaus, que o pouso forçado da aeronave foi feito a 160 km/h. O avião, com 11 pessoas, caiu em um rio, no Amazonas, na quinta-feira. Duas pessoas morreram.

Segundo Carlos Wagner Vei­­ga, 32 anos, o Caravan perdeu re­­pentinamente potência a 3 mil pés de altitude sobre a Floresta Ama­­zônica. Sem pista de pouso, es­­trada ou clareira por perto, a tripulação optou por fazer o pouso forçado sobre o Rio Ituí, que fica den­­tro da terra indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte, uma das áreas mais isoladas do Norte do país.

"Escolhemos um ponto do rio, que era muito sinuoso, cheio de curvas e conseguimos fazer o pouso forçado. A 3 mil pés [de altitude] acima do solo, levou cinco minutos o pouso forçado", disse o tenente ontem, em entrevista coletiva. A causa da perda de potência no C-98 é investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Segundo Veiga, a pane aconteceu 45 minutos após a decolagem em Cruzeiro do Sul (AC). Nesse momento, ele assumiu o controle da aeronave. O restante da tripulação – o copiloto e segundo tenente José Ananias da Silva Pereira, 26 anos; o primeiro sargento Edmar Simões Lourenço, 43 anos; e o suboficial Marcelo dos Santos Dias, 42 anos, que morreu no acidente – passou a preparar os sete passageiros para o pouso forçado. A temperatura do motor da aeronave começou a subir e, para evitar uma explosão, Veiga desligou o motor.

Os sobreviventes ficaram quase um dia na mata esperando o resgate. No avião, estavam sete funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que voltavam de um trabalho de vacinação em aldeias indígenas, que durou 17 dias. O grupo só foi visto por índios na manhã seguinte ao acidente. Entre os sobreviventes, estava uma mulher grávida de 14 semanas, a enfermeira Jositéia Vanessa de Al­­meida, que sofreu uma pequena le­­são na coluna. Ela irá para San­ta­­rém (PA), onde dará início ao tratamento médico, informou a Funasa.

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