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Os recentes protestos dos agricultores no Paraná, que já completam cinco dias, se intensificaram nesta quarta-feira em preparação a uma paralisação nacional, que acontece na próxima terça-feira. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) é uma das entidades organizadoras da manifestação, que prevê bloqueios de rodovias e ferrovias em todo o país e encontros em Brasília com autoridades do Executivo e Legislativo. Até esta quarta-feira, os estados de Mato Grosso, onde os protestos tiveram início, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, além do Paraná, haviam aderido ao movimento.

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que ainda não tem a agenda oficial da paralisação nacional, são esperados no Congresso Nacional 12 governadores de estado. A assessoria do Palácio Iguaçu não confirmou se vai enviar representante, embora a presença do vice-governador Orlando Pessuti seja dada como certa pelo setor produtivo.

Segundo o assessor da presidência da Faep, Carlos Augusto Albuquerque, as entidades que representam os agricultores esperam que o governo nomeie um interlocutor para recebê-los na terça-feira. "Sempre houve boa vontade do Ministro da Agricultura, mas no momento precisamos conversar com alguém que resolva o problema", diz. As principais reivindicações dos agricultores no Paraná são, alongamento da dívida para 25 anos, garantia de preço mínimo e mudanças na política cambial. Segundo a Faep, no ano passado a agricultura amargou prejuízos de R$ 8,5 bilhões. E a previsão para 2006 é que as perdas cheguem a R$ 9,5 bilhões. E esta deve ser a tônica das audiências na terça-feira, em Brasília.

Conta-gotas

Há menos de um mês o governo federal lançou um pacote de medidas emergenciais para atender o setor agrícola, com a liberação de recursos que envolvem R$ 14,6 bilhões. As medidas, no entanto, restringiram-se a dívidas recentes de custeio e foram consideradas insuficientes pelo setor. "O pacote não resolve o problema de dívidas contraídas em três anos seguidos de prejuízos. Ele simplesmente joga dívidas recentes para o ano que vem. Mas, o agricultor percebeu, já que estamos em período de comercialização e escoamento da safra, que não tem como chegar até o final deste ano", completa Albuquerque.

Efeito em cascata

Os protestos, principalmente aqueles que interditam ferrovias, tem um efeito casata e já prejudicam os setores da economia paranaense. A América Latina Logística (ALL), que opera a malha ferroviária no Paraná, enfrentou nesta quarta-feira bloqueios em três municípios da Região Norte. Em Londrina, a empresa deixou de entregar ontem 1,8 milhão de litros de combustível em função do bloqueio da rede.

Se os bloqueios persistirem. a ALL teme um colapso na rede, já que estão sendo formadas filas de vagões.

Veja, na reportagem em vídeo, o reforço que os agricultores ganharam nesta quarta-feira em todo o estado

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