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Representados pela APP-Sindicato, os professores da rede estadual de educação do Paraná enviaram, na manhã desta segunda-feira (28), um documento à Secretaria Estadual de Educação (Seed) no qual oficializam não aceitarem as propostas recentes feitas pelo governo estadual para pôr um fim à paralisação e, por isso, pedem uma nova rodada de negociação para esta terça-feira (29).

Em greve desde a última quarta-feira (23), os professores se reuniram com membros da Seed na quinta-feira (24), mas o encontro não terminou em acordo. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Seed confirmou que recebeu a carta do sindicato, mas disse, por volta das 10h45, que ainda não havia resposta para a demanda, pois o pedido estava sendo avaliado.

Sem resoluções, a greve dos professores no estado entra nesta segunda-feira em seu 6º dia. Para esta terça-feira, a APP-Sindicato organiza a Marcha da Educação, ato integrado À Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que acontece em todo o país. De acordo com a entidade, o evento começa às 9 horas, na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, e deve reunir cerca de 20 mil professores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Após a caminhada, deve ser realizada uma Assembleia Estadual de Avaliação da Greve da categoria, sem horário e local fixo estipulados até o momento. Caso até a concentração para a assembleia já exista uma nova proposta do governo sobre as reivindicações, os novos itens serão discutidos entre os professores em todo o estado. Se aceitas, as propostas podem pôr um ponto final ao movimento. Caso contrário, a greve segue por tempo indeterminado.

"Precisamos debater com o governo outros pontos que não foram contemplados. Ainda é necessário discutir a redução do parcelamento dos pagamentos pendentes [referentes às progressões prometidas à categoria], debater os contratos temporários, a situação da educação especial e de jovens e adultos, além de uma perspectiva para o andamento do projeto de lei que debate a saúde dos professores", explicou Marlei Fernandes, presidente da APP-Sindicato.

Balanço

Assim como na sexta-feira, a APP-Sindicato estima que nesta segunda 85% dos professores estejam participando do movimento grevista, atingindo 1.720 das 2.149 escolas estaduais, entre adesões totais e parciais. A Seed deve fornecer um balanço feito pelo governo do estado ainda nesta segunda-feira.

Negociação

Na quinta-feira (24) ocorreu a única reunião de negociação entre professores e governo do início da greve até agora. Dentre as propostas do governo, está o pagamento de uma compensação financeira pelo tempo de hora-extra não realizado pelos professores. A categoria reivindica 33% de hora-atividade e hoje são 30%. O pagamento seria realizado de agosto a dezembro, com o compromisso da ampliação do tempo de hora-atividade a partir do início do próximo ano letivo.

O estado também propôs um novo calendário de quitar progressões e promoções pendentes de professores e funcionários da educação, de maio a fevereiro. O cronograma inicial era encerrar os pagamentos em dezembro. Segundo o sindicato, o governo do Paraná deve R$ 100 milhões aos professores e funcionários. O atraso é de um ano e meio.

Por outro lado, o governo manteve a proposta de aumento salarial de 6,5% para os professores, mesmo índice que será aplicado às demais categorias de servidores do estado na data-base. O pedido do sindicato era de 8,32%. No entanto, o valor do salário continuaria cerca de 70% superior ao piso nacional.

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