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As três políticas unânimes na área de segurança alimentar entre especialistas são o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Ali­mentos – mais conhecido co­­mo Compra Direta – e o Restau­rante Popular. Elas tiveram impacto direto na questão da fome no Brasil. A transferência de renda é apontada como a principal mu­­dança porque hoje são 12 milhões de famílias beneficiadas em todo o Brasil. No Paraná, há mais de 1 milhão de pessoas.

As medidas tomadas nos últimos anos melhoraram o acesso aos alimentos e garantiram o fim da fome para muitas famílias. Ainda não há um número fechado de quanto esse índice caiu. Há um estudo do IBGE com base nos dados da Pnad de 2004 e outro deve ficar pronto em 2011. Apesar disso, a queda no número de pobres e indigentes mostra que o caminho percorrido deu resultados.

Na capital, a abrangência das políticas atinge um em cada quatro curitibanos. O Armazém da Família, por exemplo, beneficia 500 mil pessoas todos os meses. Quem compra neste espaço encontra mercadorias até 30% mais baratas. A prefeitura estima que a cada ano a população economize R$ 35 milhões. No Restau­rante Popular todos os dias são servidas 2 mil refeições. Ano que vem serão inaugurados mais dois espaços nos bairros CIC e Sítio Cercado. Em 2011 é a vez do Pi­­nhei­rinho e do Bo­­queirão ganharem seus restaurantes.

O governo estadual vai investir até 2010 R$ 1,3 bilhão em segurança alimentar. A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar do Paraná, Sílvia Rigon, explica que o Paraná tem números um pouco acima dos vizinhos da Região Sul em função do modelo de desenvolvimento adotado em décadas passadas. Sílvia, que também é professora da Universidade Federal do Paraná, lembra que o estado tem regiões com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) baixíssimos. "A fome é um problema crônico e histórico. Mas tivemos avanços significativos na área, como os programas Leite das Crianças e Aquisição de Alimentos, que beneficiam os pequenos agricultores produtores de alimentos."

Secretário Nacional de Segu­rança Alimentar, Crispin Moreira afirma que os programas atuais conseguiram garantir acesso regular e seguro à alimentação. Ele afirma que pesquisas indicam que a verba recebida pelo Bolsa Família é gasta quase integralmente com refeições e que a política garantiu maior consumo de carne e leite, por exemplo. "O orçamento do Ministério de Desenvolvimento Social passou de R$ 14 bilhões em 2004 para R$ 32 bi em 2009. É um marco na expansão desse direito fundamental. A fome é um problema político que se resolve com políticas."

Em Curitiba, a prefeitura está investindo tanto no acesso aos alimentos quando na produção e educação alimentar. Diretor do Departamento de Educação Alimentar e Nutricional, Élio Ventura diz que os programas Horta Comunitária e Câmbio Verde, por exemplo, ajudam a complementar as refeições das famílias a custo zero. As duas ações juntas geram cerca de 400 toneladas de alimento todos os meses. "Percebemos o impacto positivo pela adesão da população. E nossa meta é dobrar esses valores até o final de 2014." (PC)

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