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Elementos que ajudariam a revelar detalhes do assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e de seu filho Raoni desapareceram. É o que apontou, nesta sexta-feira (19), o advogado Gustavo Badaró, responsável pela defesa autor confesso do crime, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu. Teriam sumido o celular que Cadu usava no dia do assassinato, um dos pentes da pistola usada no crime e na fuga, e cerca de R$ 2 mil em dinheiro, que estariam com o acusado no momento da prisão. A Polícia Federal (PF) deve se manifestar às 17 horas desta sexta.

O celular seria uma peça fundamental para a polícia descobrir o que se passou após o crime. Nesta sexta, a Justiça de São Paulo determinou a quebra do sigilo telefônico de Cadu, que havia sido pedida pela Polícia. As investigações também terão acesso aos dados telefônicos de Glauco, de Raoni e do estudante Felipe Iasi, que esteve no local do crime.

Após ter matado Glauco e Raoni, o acusado teria feito três ligações. O rastreamento do aparelho revelou também que Cadu percorreu 11 torres (o equivalente a 9 quilômetros) em 7 minutos, o que afasta a tese de que ele tenha fugido do local do crime a pé. A polícia investiga se Cadu recebeu a ajuda de Felipe Iasi para fugir.

Nesta sexta, Badaró chegou à Delegacia da PF, em Foz do Iguaçu, região Oeste do estado, por volta das 9h30, para acompanhar o depoimento de Cadu à polícia. De acordo com o advogado, o plano do acusado era permanecer no Paraguai por um determinado período e depois retornar ao Brasil para procurar outro membro da Igreja Céu de Maria. O objetivo de Cadu seria provar que seu irmão mais novo é a encarnação de Jesus Cristo.

O advogado trouxe roupas, chinelos, uma bíblia e uma carta assinada pelo irmão de Cadu. Ele informou que na segunda-feira, o acusado deve receber a visita do pai e do irmão. No intervalo do depoimento, Badaró foi a um supermercado, onde comprou frutas para seu cliente.

Cadu apareceu com um novo visual, nesta sexta, com cabeça raspada e barba feita. A PF autorizou que imagens de santos, que estavam na carteira do assassino, fossem levadas para a cela, onde ele está detido.

O crime

Cadu assassinou Glauco e Raoni na sexta-feira (12), na residência da família, em Osasco (SP). De acordo com os depoimentos e as investigações da Polícia Civil, o suspeito, conhecido como Cadu, chegou ao local acompanhado do também estudante Felipe Iasi. De acordo com a polícia, o plano de Cadu era levar Glauco até a casa de sua mãe para ele convencê-la de que o irmão dele seria o Cristo reencarnado.

Na manhã de domingo (14), pegou um ônibus e depois roubou um carro na Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo. Depois, seguiu para Foz do Iguaçu, onde tentou fugir para o Paraguai. Na fuga, ele resistiu à abordagem da Polícia Rodoviária Federal e ao tentar cruzar a Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, trocou tiros com policiais.

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