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Segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, a gestão dos recursos e a qualidade dos policiais também são fatores essenciais para melhorar a segurança pública.

O sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da UFPR, diz que o número ideal de um efetivo é aquele que permite que as polícias resolvam os problemas relativos à criminalidade numa determinada região. "Há regiões cuja quantidade de crimes não exige um número grande de policiais. O cálculo deve levar em conta a realidade social com o número de policiais."

Para Bodê, o essencial é ter qualidade. "Não adianta querer ter um número alto de policiais e não ter a ação de uma polícia científica. A demanda exige não só resolver crimes, mas que as polícias consigam resolver seus problemas internos." Ele lembra que a polícia de qualidade precisa ser capaz de enfrentar os seus problemas estruturais, entre eles a violência e a corrupção.

Já o consultor em segurança pública José Vicente da Silva Filho, secretário nacional de Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso em 2002, coloca a organização e a gestão do efetivo como pontos cruciais para o sucesso na área. "O Paraná tem efetivo 30% maior que a média nacional (4,2 mil habitantes por policial civil), mas é preciso organização da polícia (por exemplo colocando policiais em quantidade proporcional à população e aos problemas, regulando distribuição e movimentação de policiais, principalmente nas áreas mais críticas etc) e gestão (por exemplo ter um painel permanente de acompanhamento semanal da evolução dos crimes em cada delegacia e/ou cada cidade para intervir na cobrança de resultados."

Silva lembra ainda que a existência de duas polícias (Civil e Militar) acaba dividindo o efetivo, o que não é bom. Isso sem contar o "vazamento" do efetivo. "Nada é mais importante para a polícia do que ter gente. No entanto, há policiais lotados em gabinetes políticos, nos tribunais de contas e em outros órgãos públicos. Ele é contratado e treinado para isto, mas nesses casos não é colocado à disposição da população."

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