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Um dia após receber a notícia sobre a acareação do empresário francês José Fernandes Madeira Martins e a estudante brasiliense Maria Eduarda Ribeiro (a Duda) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal, em Brasília, a família de Carla Vicentini, 22 anos, desaparecida nos EUA desde 9 de fevereiro, soube na manhã desta quinta-feira que a reunião corre o risco de não acontecer.

O empresário, por telefone, adiantou que não pretende ir à capital federal. "Vou falar com meu advogado. Se eles (CPI) querem me ouvir, que seja aqui em Goioerê (Noroeste do estado). Eu já tenho 75 anos e não estou muito bem de saúde", contou Fernandes, afastando assim a idéia da acareação. Ele e a estudante brasiliense são testemunhas e não receberam nenhuma acusação.

Diante dessa possibilidade, a secretaria da CPI informou, também nesta manhã, que vai analisar o documento que deverá ser enviado pelo advogado. Se for comprovada a incapacidade do empresário para se deslocar, um senador e um delegado da Polícia Federal deverão vir até o Paraná para ouví-lo.

Em relação à Duda, a reportagem soube que a polícia americana mantém contato com a estudante e que ela estaria numa cidade ao Norte da Califórnia - provavelmente em São Francisco.

Tânia Vicentini, mãe da estudante paranaense, não gostou da "novidade". "É uma pena porque seria muito melhor se ele (Fernandes) e a Duda pudessem ficar frente a frente para contar tudo sobre o que sabem sobre a Carla", avaliou.

"Eu acho que eles sabem mais do que falaram", suspeita Tânia.

Reviravolta no caso

Poucos dias após o desaparecimento de Carla, a Duda, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, disse que a paranaense saiu do bar por volta de 5 horas. No entanto, as investigações teriam mostrado que foi entre 2h e 3h da madrugada. Além disso, a polícia sabe que Carla conversou com muita gente na noite do sumiço e que ela teria saído sozinha do bar e ido a pé para o apartamento - que fica a cerca de 80 metros do bar.

Mas o que a polícia não conseguiu decifrar ainda diz respeito ao casaco usado naquela noite por Carla. Segundo a investigação, o mesmo casaco que ela saiu do bar foi encontrado dentro do apartamento - do qual o empresário francês é dono - o que para Tânia embasa sua desconfiança.

Como o casaco estava no apartamento, a polícia trabalha com duas possibilidades. Uma: Carla saiu do bar, entrou em casa, deixou o casado e saiu novamente. E só depois desapareceu. Dois: Carla teria sido pega, à força, dentro do prédio ou do apartamento. "Sinceramente não sabemos o que de fato aconteceu, por isso não temos um suspeito. Mas com certeza a história do casaco é intrigante", revela Daniel Clegg, agente do FBI.

Na visita de Clegg à Goioerê, o empresário Fernandes foi ouvido e teria dito que estaria dormindo entre 2h e 3h, horário em que, segundo a polícia, Carla entrou em casa. Ele não teria ouvido a estudante entrar.

À reportagem, Fernandes disse que não sabe de nada do caso. "Eu não sei de nada. Estava dormindo. Ouvi uns passos, mas não sei se foi dentro do meu apartamento ou no de cima. Talvez no debaixo", conta Fernandes sem dar certeza. "Não sei e nem quero saber se ela está viva ou morta. Sou uma pessoa de bem e a família dela (Carla está fazendo essa novela toda", se referindo à ida de Tânia a Brasília.

Antes de desligar o telefone, o empresário disse que se fosse para ser ouvido, que fosse logo, porque ele pretendia viajar para os Estados Unidos no dia 7 ou 8 de maio. Porém, quando perguntado se iria para Brasília, o empresário alegou possíveis problemas de saúde - que impediriam sua ida.

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