• Carregando...
Câmpus da PUCPR em Curitiba. Universidade teve aumento no número de matrículas e de alunos transferidos de instituições públicas | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Câmpus da PUCPR em Curitiba. Universidade teve aumento no número de matrículas e de alunos transferidos de instituições públicas| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Professores qualificados e avanço dos tecnólogos são destaques do censo

Os cursos tecnólogos, de duração menor do que as demais graduações e formação mais específica, apresentaram maior crescimento, segundo o Censo da Educação Superior. Em dez anos, houve um salto de 500% nesse tipo de curso, e 85,6% das matrículas estão em instituições particulares. Os tecnólogos representam 13,6% nas matrículas da educação superior.

O ministro da Educação também destacou a qualificação crescente dos professores como um avanço na educação superior. O censo aponta para uma diminuição no número de especialistas e um aumento de mestres e doutores entre os 321 mil professores do país. Das 367 mil funções de docentes em 2013 (cada professor pode atuar em mais de uma instituição), 70% eram mestres ou doutores.

Na última década, as licenciaturas tiveram mais de 50% de crescimento, média anual de 4,5%. Por ano, mais de 200 mil alunos concluem cursos do tipo. Administração (800 mil matrículas), Direito (769 mil) e Pedagogia (614 mil) são os cursos com maior número de alunos. A participação dos 1,2 mil cursos a distância já supera 15% das matrículas de graduação. Em 2003, eram 52 cursos do tipo.

O Censo é uma pesquisa de participação obrigatória a todas as instituições de ensino superior. Os dados são coletados anualmente pelo Inep por meio da plataforma eletrônica de informações Censup.

Mais de 900 mil alunos participam da 2.ª fase da Olimpíada de Matemática

No sábado, 907.446 estudantes de 41 mil escolas do país farão a prova da segunda fase da Obmep 2014 (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). A atividade do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) tem a finalidade de despertar o interesse dos alunos e revelar talentos.

São nove mil centros de aplicação em todos os estados. As escolas podem conferir o local de prova e imprimir o cartão de confirmação dos estudantes pelo site. Os cartões já foram enviados às escolas.

Na primeira fase, participaram 18 milhões de estudantes de 5.533 municípios. Os 5% mais bem colocados seguem para a segunda fase, com seis questões discursivas, em que é preciso descrever os cálculos e o raciocínio usado. O resultado sai em 1º de dezembro.

A estimativa é de que sejam premiados 500 estudantes com medalha de ouro, 1,5 mil com a de prata e 4,5 mil com a de bronze, além de 46,2 mil menções honrosas. Os medalhistas são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica do Impa. Professores, escolas e secretarias de Educação que se destacarem pelo desempenho dos alunos também serão premiados.

Ainda no sábado, 13 mil professores farão prova de habilitação do Programa Obmep na Escola. O objetivo é selecionar mil professores das redes estadual e municipal para participar, a partir de março de 2015, de atividades extraclasse, nas escolas, com os materiais da olimpíada.

As matrículas em instituições privadas de ensino superior cresceram acima da média em 2013 e já representam 74% do total, segundo dados do Censo da Educação Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação. Enquanto as matrículas nesse nível de ensino tiveram aumento de 3,8% no país, de 2012 para 2013, a rede privada cresceu 4,5%. Já a rede pública aumentou 1,9% no período.

INFOGRÁFICO: Veja os dados do Censo da Educação Superior

No total, 7,3 milhões de brasileiros estão matriculados em cursos superiores no país, número 85,6% maior do que o de dez anos atrás. Ainda assim, vem caindo o ritmo de crescimento anual das matrículas, que chegou a 10% em 2008. Em 2011, houve um acréscimo de 5,6% nas inscrições e, em 2012, de 4,4%.

Cerca de 2,7 milhões de estudantes ingressaram em graduações no ano passado, 80% deles na rede privada, e quase 1 milhão concluiu o ensino superior em 2013. Em entrevista coletiva ontem à tarde, o ministro da Educação, Henrique Paim, analisou como "natural" a queda no ritmo de crescimento das matrículas nos últimos anos. "Vínhamos de um volume baixo. Quando se atinge um patamar mais elevado, é normal isso ocorrer", ponderou.

Segundo Paim, a expectativa é de que o ritmo das matrículas volte a apresentar crescimento conforme o Financiamento Estudantil (Fies) for sendo conhecido por ingressantes no nível superior. "Hoje, muitos conhecem o Fies quando estão dentro da universidade. A tendência é de que, cada vez mais, o estudante já entre com o financiamento. O perfil do ingressante é cada vez de mais baixa renda." De acordo com o ministro, 83% dos contratos do Fies são de pessoas com renda familiar de até um salário mínimo e meio.

Embora a grande maioria dos graduandos esteja hoje na rede privada, Paim ressaltou que "pouco mais de 40% dos matriculados" nessas instituições têm Fies ou fazem parte do Programa Universidade Para Todos (Prouni), do governo federal. O ministro também atribuiu a desaceleração das matrículas na rede pública a um recuo das estaduais. "Em função da ampliação das universidades federais, muitos estados optaram por priorizar recursos para a educação básica."

Questionado sobre a necessidade de expansão da taxa bruta de matrículas, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), o ministro justificou que a meta não estipula uma participação da rede pública no total. "Segundo a meta 12 do PNE, 40% da expansão tem que ser pública, mas não tem um número total a ser atingido. É preciso que a taxa líquida [jovens de 18 a 24 anos, formados ou cursando nível superior] cresça 33% [até 2024], estamos em 18,8%."

Falta projeto do governo para as particulares

As matrículas em instituições federais, estaduais e municipais de ensino superior so­maram só 26% do total em 2013. No Paraná, que tem 360 mil universitários, são quase dois matriculados em instituições privadas para cada um em públicas. São Paulo tem 5,30 estudantes na re­de privada para um na pública. Em apenas cinco estados (PB, SC, PA, RR e TO) há mais matrículas públicas. A média nacional é de 2,46 alunos na rede privada para um da pública.

Na PUCPR, ainda que não tenha havido acréscimo na oferta de vagas, o número de candidatos no processo seletivo saltou de 18 mil, em 2006, para 28 mil no último vestibular. "O número de matrículas também aumentou, não são só treineiros. Também temos recebido transferências da UFPR. Naquela última grande greve, mais de 200 alunos se transferiram para cá", diz o reitor, Waldemiro Gremski.

Filantrópica, a PUC oferece algum tipo de bolsa ou auxílio para 13 mil estudantes. Embora o MEC fale em 40% de estudantes de instituições privadas com Fies ou Prouni, Gremski defende que esses casos não chegam a 10% do total de alunos da instituição. "O governo não tem um projeto para a rede privada, mesmo com 74% dos graduandos nela. Dos 203 mil alunos fazendo mestrado ou doutorado no país, só 31 mil estão nas privadas, o que dá uns 17%. Isso não poderia estar acontecendo. Não me refiro às filantrópicas, mas àquelas com fins lucrativos. O governo deveria ter bolsas ou financiamentos para que o stricto sensu cresça nas privadas."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]