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Sociólogo e professor da Uni­­versidade Federal do Rio de Ja­­neiro (UFRJ), Mauro Iasi argumenta que os porcentuais de queda da pobreza são positivos, mas podem dar a falsa ideia de que o problema foi solucionado no país. Isso porque o au­­mento de renda entre os mais pobres ainda não garantiu condições dignas de vida para o cidadão. "É perverso considerar que quem vive com um quinto do salário mínimo legal é alguém que saiu da pobreza", lembra.

Entre as pessoas sem escolaridade, por exemplo, a renda passou de R$ 117 em 2001 para R$ 171 em 2009. Apesar do aumento de 47%, o valor não representa melhoria na qualidade de vida. Iasi afirma que no final dos anos 90 o poder aquisitivo dos mais pobres era de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje está em 4%, mas isso não representa o fim da miséria. "Com esses dados, na estatística o papel do governo foi cumprido, mas o efetivo combate à pobreza não ocorre", alerta.

Avanço

Para o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Demian Castro, a redução da pobreza no Brasil é expressiva e somente a China apresentou uma mudança tão rápida na estrutura social. "Certamente o fato de a economia brasileira ter crescido de maneira contínua foi algo essencial", diz. Para Castro, é essencial continuar investindo em políticas sociais para manter os bons índices. "Agora vem o segundo passo, que é dar mobilidade às pessoas que recebem o Bolsa Família. Já está se pensando, por exemplo, em oferecer qualificação nas escolas técnicas para dar este salto", afirma.

Um ponto positivo levantado pelo professor é que as ocupações informais diminuíram. Durante a década de 90 este patamar chegou ao pior índice e agora o trabalho formal voltou a se recuperar. Outra questão importante foi o aumento real do salário mínimo. Apesar das conquistas, o professor da UFPR diz que, em relação à desigualdade, o Brasil ainda tem um longo caminho para percorrer.

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