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Apesar do policiamento reforçado para deter as ações violentas de traficantes no Rio de Janeiro, os ataques continuaram nesta quarta-feira, com ônibus e carros incendiados e mais sete suspeitos mortos em ações policiais, segundo a Polícia Militar.

Ao menos cinco ônibus e dez carros de passeio foram incendiados por traficantes desde a noite de terça em vários pontos da cidade e da região metropolitana, no quarto dia seguido de violência, de acordo com policiais.

O primeiro balanço das operações realizadas em diversas favelas do Estado revelou que sete suspeitos morreram em confronto com a polícia nesta quarta-feira, elevando para nove o número de supostos traficantes mortos nos últimos dois dias.

As sete mortes aconteceram nas favelas Guaxá e Jardim Floresta, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. De acordo com a polícia, os suspeitos estavam armados.

Na comunidade Vila Kennedy, na zona oeste da capital, um homem foi preso com duas bombas caseiras e uma garrafa com material inflamável, que a polícia acredita seriam utilizados para incendiar mais veículos.

Três coletivos foram incendiados de madrugada na rodovia Presidente Dutra e na Baixada Fluminense. Na manhã desta quarta-feira, um ônibus foi incendiado no bairro de Vicente de Carvalho, na zona norte da capital fluminense.

Mais um ônibus foi incendiado em Santa Cruz, na zona oeste, e a polícia acredita que o coletivo tenha sido atacado por traficantes de uma favela próxima.

A onda de violência começou na tarde de domingo, com carros e ônibus incendiados em ruas na capital fluminense. Na noite de segunda-feira, uma cabine da Polícia Militar foi alvo de um ataque a tiros, e outro posto policial foi alvejado na madrugada desta quarta, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Autoridades da área de segurança consideram que essas ações violentas são uma resposta à nova estratégia implementada na capital com a implementação de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocaram a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.

"É uma tentativa desesperada de enfraquecimento da nossa política de segurança", disse o governador Sérgio Cabral em entrevista à rádio CBN nesta quarta.

"É uma situação de desespero, e nós não vamos nos deseperar. Esse é o meu apelo à população, mantenham a calma, mantenham a tranquilidade. O que eles querem é o pânico. Tudo que o marginal quer é provocar o pânico, que a sociedade recue. Mas não vamos recuar", acrescentou.

SUSTO NA ZONA SUL

Em Copacabana, Ipanema e Lagoa, alguns dos bairros mais nobres da cidade, caixas de madeiras encontradas em praças na manhã desta quarta-feira provocaram medo na população em meio à onda de violência, mas não havia qualquer ameaça.

De acordo com o delegado Fernando Veloso, da delegacia do Leblon, as caixas eram de propriedade de uma empresa de promoções e eventos que fora contratada por um apresentador de TV.

A polícia chegou a isolar ruas de Ipanema no início da manhã para investigar uma das caixas, deixada na praça General Osório, ao lado de uma cabine da PM. Quando abertas, as caixas estavam vazias.

Na terça a polícia anunciou operações em favelas e um reforço no patrulhamento nas ruas com mais 1.200 policias. Dois suspeitos foram mortos pela polícia nessas ações, e outros oito, presos.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, reagiu e reconheceu que as ações estariam sendo orquestradas de dentro de presídios.

Mesmo assim, os ataques se disseminaram por outros municípios, como Duque de Caxias, Niterói e São Gonçalo. As autoridades informaram, no entanto, que nos ataques aos veículos e cabines não houve registro de mortos ou feridos.

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