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O Paraná começou nesta quarta-feira (17) a recuperar o mercado da carne perdido com a crise da aftosa, deflagrada em outubro de 2005. Santa Catarina decidiu reabrir as portas à carne paranaense desossada para a distribuição em supermercados e açougues. Depois de 15 meses de esforços sanitários e de discussões sobre a suspeita de aftosa, os fornecedores voltam a discutir contratos com distribuidores catarinenses nos próximos dias. A expectativa é negociar R$ 15 milhões por mês.

A reabertura do mercado foi anunciada ao governo do Paraná em uma reunião realizada nesta quarta pela manhã em Florianópolis. O secretário paranaense da Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarnes), Péricles Salazar, foram à capital catarinense pedir o cumprimento da Instrução Normativa 61 – lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em novembro do ano passado –, que determina o fim das restrições ao Paraná.

Nesta quinta-feira pela manhã, os representantes paranaenses debatem a retomada das vendas ao Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Eles não quiseram falar nesta quarta sobre o assunto. Marcaram entrevista coletiva para esta tarde, em Curitiba. Para voltar ao quadro anterior à febre da aftosa, o Paraná precisa ainda retomar as exportações. Por enquanto, os 56 países que fecharam as portas à carne do estado mantêm seus embargos. Segundo o Sindicarnes, os negócios perdidos somam mais de R$ 700 milhões.

O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Antônio Ceron, ouviu três pedidos do governo do Paraná, segundo fontes que acompanharam a reunião desta quarta. A primeira era sobre a entrada de animais vacinados contra a aftosa em Santa Catarina. O estado vizinho se recusou a atender a reivindicação, alegando que isso prejudicaria sua tentativa de conseguir certificado de área livre da aftosa sem vacina junto à Organização Internacional de Epizootias (OIE), que monitora a saúde animal em todo o mundo.

As outras duas reivindicações foram atendidas. Além da retomada das vendas de carne desossada, os vendedores de carnes poderão atravessar o estado vizinho para chegar ao Rio Grande do Sul ou aos portos catarinenses de São Francisco e Itajaí. Florianópolis confirmou a inclusão de quatro rodovias federais (116, 153, 163 e 101) e uma estadual (467) no corredor sanitário.

A carne paranaense que vai chegar aos supermercados e açougues catarinenses terá de ser desossada, maturada, embalada e rotulada, afirma o veterinário Roni Barbosa, que atua na Defesa Agropecuária de Santa Catarina. Ele conta que no último ano só foi permitida a compra de carne desossada para industrialização. Com permissão para negociar supermercados e açougues, o Paraná vai disputar o mercado catarinense com Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rondônia.

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