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Sem acordo, estudantes seguem acampados na reitoria da UEL

Apenas uma proposta foi apresentada pela reitora da universidade aos estudantes em greve. Só uma nova assembleia dos grevistas pode definir pela desocupação do prédio

Desocupação da reitoria depende de nova assembleia dos alunos | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Desocupação da reitoria depende de nova assembleia dos alunos (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

A reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL) segue ocupada pelos estudantes em greve. Manifestantes e a reitora Berenice Jordão estiveram reunidos por cerca de três horas, mas a desocupação do espaço depende de uma nova assembleia dos estudantes, que pode ser realizada na noite desta quinta-feira (25). A definição do novo calendário de aulas pode sofrer um atraso por conta da ocupação.

A contratação de servidores para o Restaurante Universitário (RU) e a tomada de medidas mitigatórias para reduzir as consequências do atraso nas obras do restaurante foram os principais itens cobrados pelos estudantes. Mas, segundo Lucas Godoy, estudante de pós-graduação e integrante do comando de greve da UEL, não foram apresentadas propostas sobre as reivindicações.

De acordo com Godoy, apenas uma proposta foi feita pela reitoria durante a reunião. “Ela se propôs a aumentar R$ 100 na Bolsa Permanência, que é concedida a apenas 100 estudantes todos os anos. Essa bolsa é de R$300 e iria para R$ 400, e na prática dá apenas R$ 1 a mais por refeição para esses estudantes”, detalhou Godoy. “Isso não contempla nem os estudantes que têm direito à Moradia Estudantil, não sei como essa proposta vai ser recebida na assembleia.”

A reitora também teria se comprometido a intermediar um encontro entre os estudantes em greve e representantes da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Neste encontro, os estudantes terão a oportunidade de cobrar do governo estadual a resolução de outros pontos, como a falta de repasse integral das verbas de custeio da universidade.

A assembleia a que o grevista se refere está previamente marcada para às 22 horas. O encontro faz parte dos trâmites necessários para definir sobre a desocupação da reitoria. Como detalhou Godoy, os estudantes definiram a tomada do espaço em assembleia, e somente desta forma a saída pode ser deliberada. “Não sei se a proposta da reitoria vai ser aceita ou se vai ser feita uma contraproposta”, disse.

Prejuízos

A reportagem tentou contato com a reitora da UEL, Berenice Jordão, mas desde o fim da reunião, por volta das 15h, ela não estava atendendo às ligações. A assessoria de comunicação da universidade explicou que desde os primeiros contatos entre grevistas e a administração da UEL ficou claro que apenas o abono de R$ 100 às Bolsas Permanência seria discutido na reunião desta quinta.

Sobre a extensão do aditivo a todos os estudantes já beneficiados pela Moradia Estudantil, a assessoria da UEL foi taxativa: adotar tal medida é impossível já que a legislação da universidade proíbe duplicidade de benefícios. A medida vai onerar os cofres da UEL em R$ 10 mil mensais, e o recurso para bancar esse aumento na bolsa será diluído entre todos os órgãos da universidade, que estão sendo orientados a reduzirem os gastos com energia elétrica e cópias para que as contas fechem no fim do mês.

Um eventual atraso na definição do calendário de aulas pode ser um dos efeitos colaterais da ocupação, já que segundo a assessoria todas as medidas administrativas da reitoria precisam ser tomadas dentro do gabinete. A reitora estaria sem acesso, por exemplo, a documentos que são considerados imprescindíveis para que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) defina as novas datas das aulas.

A reitoria tem uma nova reunião com os estudantes às 10h desta quinta-feira. Se as negociações não avançarem, a reitora pode acabar com a desocupação por meio de um pedido de reintegração de posse. Caso não tome a decisão, Berenice pode ser responsabilizada por prevaricação – crime cometido por funcionário público no exercício da função, quando se retarda a tomada de uma decisão.

Ocupação

A Reitoria da UEL foi ocupada na noite de terça-feira (23) após assembleia dos estudantes. Na segunda noite de ocupação, cerca de 60 pessoas dormiram no local, segundo Lucas Godoy. Colchões e comida foram doados por apoiadores da ocupação. “Contamos com o apoio de grande parte da comunidade acadêmica e dos sindicatos até porque essa é não apenas uma luta dos estudantes, mas de toda a universidade.”

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