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Evento debate agroecologia

Ponta Grossa – Produtores, técnicos e consumidores estão participando do encontro bienal da Rede Ecovida na Lapa, na região metropolitana de Curitiba, para traçar estratégias de organização do setor de agroecologia. O encontro, que reúne 1,2 mil pessoas, prossegue até amanhã. A rede, que tem 10 anos e inspirou a certificação de produtos agroecológicos em países latinos, conta com 3 mil famílias de pequenos produtores rurais que realizam pelo menos 150 feiras no Sul do país.

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Os sem-terra que ainda permaneciam na fazenda experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, na região de Cascavel, deixaram ontem a propriedade. Eles cumpriram, com uma semana de atraso, a ordem judicial que determinava a desocupação da área. Na saída, os sem-terra, que são ligados à Via Campesina, afirmaram que ainda poderão voltar à fazenda.

As 70 famílias que participavam da ocupação, iniciada no dia 14 de março de 2006, estão agora em uma área vizinha, pertencente ao Assentamento Olga Benari. Eles afirmam que ficarão lá esperando instruções sobre os próximos passos a ser dados. A fazenda é alvo de uma disputa judicial envolvendo a multinacional, a Via Campesina e o governo do estado.

Antes de sair da propriedade, os sem-terra ainda colheram parte da mandioca que haviam plantado e terminaram de remover os últimos barracos da área da Syngenta, que já denominam de Assentamento Terra Livre.

Desde que venceu o prazo para a saída da área, o governador Roberto Requião (PMDB) vem sendo multado diariamente em R$ 2 mil por descumprimento da ordem judicial. A Justiça entende que o governo do estado deveria tomar as atitudes necessárias pra garantir a desocupação. As multas, que o governador deverá pagar do próprio bolso, já somam R$ 14 mil.

Hoje pela manhã o oficial de justiça Adélcio Renosto fará uma vistoria na área para ver se está totalmente liberada pelos sem-terra. Depois disso, deve formalizar a reintegração de posse à Syngenta.

Celso Ribeiro Barbosa, um dos líderes do movimento, reforça a posição da Via Campesina manifestada em nota emitida na última terça-feira: "Estamos deixando a área, mas não estamos abandonando esta luta. Não desistimos dessa área", disse o líder ontem à tarde.

Barbosa disse ainda que, por causa da chuva, nem mesmo o mutirão de 60 pessoas, mantido desde segunda-feira no acampamento, conseguiu dar conta da colheita de mandioca. Ele calcula que pelo menos 25 toneladas de mandioca ficaram na área. "Fazer o quê? Não conseguimos colher toda a área plantada", lamenta. Nos últimos dias, os sem-terra colheram dois hectares de mandioca, além de uma área de milho e dos produtos que estavam numa horta comunitária mantida na propriedade.

Na disputa pela área da Syngenta já houve outro episódio em que os sem-terra deixaram a área e voltaram a invadir a fazenda poucos dias depois. Foi em novembro passado, quando houve uma ordem de reintegração de posse e os integrantes da Via Campesina e MST aceitaram os argumentos da polícia e deixaram a área pacificamente. Mas apenas dois dias depois o governo do estado baixou decreto desapropriando a fazenda e os sem-terra voltaram a invadir. A empresa ainda conseguiu suspender o decreto na Justiça e o caso deve ser julgado pelo TJ ainda nesse mês.

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