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Grupo acampou na calçada da Rua João Dembinski depois que foi retirado, à força, de um terreno que ocupava nas proximidades | Aniele Nascimento - Gazeta do Povo
Grupo acampou na calçada da Rua João Dembinski depois que foi retirado, à força, de um terreno que ocupava nas proximidades| Foto: Aniele Nascimento - Gazeta do Povo

Famílias de sem-teto foram cadastradas pela prefeitura

  • Moradores deixaram o local carregando seus pertences

As famílias de sem-teto, acampadas desde outubro nas calçadas da Rua João Dembinski, no bairro Fazendinha, em Curitiba,, foram retiradas do local nesta quinta-feira (25). Equipes do 12º Batalhão da Polícia Militar (PM) e das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), além de funcionários da prefeitura de Curitiba realizam a reintegração de posse. Grupo acampou na calçada depois que ser retirado, à força, de um terreno nas proximidades.

A operação de reintegração de posse começou as 6 horas e foi concluída por volta das 14 horas. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), cerca de 200 policiais participaram da ação. A retirada das famílias acampadas ocorreu de forma tranquila e não houve registro de conflitos por parte da PM.

O oficial de justiça da 4ª Vara da Fazenda Pública, Altamir Narciso, notificou as famílias, uma a uma, sobre a sentença de reintegração de posse do juiz Douglas Marçal Peres e sobre a necessidade de deixar a calçada. Equipes da Fundação de Ação Social (FAS), da Companhia de Habitação Popular (Cohab) e da Guarda Municipal desmontaram os barracos de madeira que estavam desocupados, enquanto moradores deixaram o local carregando seus pertences. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba, 37 famílias que estavam no local foram cadastradas. Em dois barracos, os ocupantes saíram antes do cadastramento e outros sete estavam abandonados. O levantamento mostrou a presença de 109 pessoas entre os ocupantes. A prefeitura ofereceu abrigo provisório para as famílias, transporte para mudança ou passagem de ônibus de retorno para os locais de origem. Do total de famílias cadastradas, 19 demonstraram interesse na oferta de abrigo. Em entrevista à Rádio BandNews FM, uma moradora da ocupação reclamou que os funcionários da prefeitura estariam separando as crianças das famílias no processo de desocupação. A assessoria da prefeitura nega a informação.

Ocupação

Na região viviam aproximadamente 50 famílias de sem-teto. O grupo chegou ao local em setembro do ano passado, quando passou a ocupar um terreno nas proximidades. No dia 23 de outubro, a PM cumpriu uma determinação de desocupação do terreno. Houve confronto entre moradores e polícia e, na ocasião, um jornalista foi atingido por um tiro de borracha, disparado por um policial. Por causa disso, o secretário da segurança pública Luiz Fernando Delazariafastou o comandante do Policiamento da Capital à época, o coronel Carlos Alexandre Scheremeta, e o comandante do 13º Batalhão da PM, major Flávio Coreia.

Na sequência da desocupação, os manifestantes ocuparam a calçada em volta do terreno, onde estavam até esta manhã. Em dezembro, a pedido da prefeitura, a Justiça notificou os moradores da ocupação de que teriam de sair do local. Como a decisão não foi cumprida, no fim de maio o juiz Douglas Marcel Peres, da 4ª Fazenda Pública, determinou a ação policial, sob pena de multa de R$ 10 mil à Sesp.

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