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Futuro de Renan vai à votação

Brasília – Após 110 dias de denúncias, acusações, defesas e investigações, finalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), será julgado por seus 80 pares em sessão secreta, que ocorre hoje a partir das 11 horas. Um dia antes da votação que decidirá seu futuro político, Renan passou praticamente toda terça-feira articulando apoios para escapar da cassação. O senador até tentou mostrar normalidade no andamento dos trabalhos e presidiu uma sessão ontem à tarde, mas os ventos não parecem ter mudado a favor do peemedebista.

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Brasília – Se depender dos três senadores paranaenses, Renan Calheiros (PMDB-AL) será cassado. Nenhum deles, porém, arrisca um resultado para a votação. O trio reflete a ansiedade dos demais colegas e se posiciona contra a realização do pleito em sessão secreta.

Apenas Osmar Dias (PDT) evita declarar abertamente o voto. Já Alvaro Dias (PSDB) segue as ordens da executiva nacional do partido, que decidiu ontem fechar questão contra o presidente do Senado. "Esperamos que todos os nossos 12 senadores sigam essa definição", declarou o tucano.

Ele e o irmão Osmar foram alvo de jornalistas nesta semana. Ambos receberam e recusaram propostas para gravar a sessão secreta, o que é ilegal. "Isso é um crime do tamanho do que estamos julgando, é falta de decoro", afirmou o pedetista.

Os dois participaram da sessão similar que tirou o mandato de Luiz Estêvão (PMDB-DF), em 2000. Alvaro prevê uma sessão com pouco discurso, já que os únicos a serem convencidos são os colegas. Os debates ficam mais restritos às normas do regimento interno e à defesa do acusado – embora cada senador presente disponha de 10 minutos para falar.

Osmar explica que a situação de Renan é diferente da vivida por Estêvão, único senador cassado na história, porque o resultado é imprevisível. Segundo ele, há poucos comentários sobre a votação. "Naquela época, era consenso de que haveria a cassação e hoje a maioria dos senadores está com medo de declarar o voto e depois influenciar uma possível anulação do resultado."

Arns está entre os poucos petistas que se posicionaram contra Renan desde o começo do processo, há quatro meses. Defendeu inicialmente o afastamento do peemedebista e, a partir da divulgação do relatório do Conselho de Ética (há uma semana), manifesta-se publicamente pela cassação. "Não tem como fugir dos fatos: houve falta de ética e de decoro e é isso que estamos julgando."

O senador também ressalta a necessidade de que as investigações sejam aprofundadas depois da votação de hoje, para que fique comprovado se Renan cometeu algum crime. E espera que a votação de hoje sirva de exemplo para mudanças na legislação. Ele qualifica a sessão secreta como "aberração".

O petista é signatário de um documento que apóia mudanças no regimento interno do Senado. Entre elas, a obrigatoriedade do afastamento de qualquer membro da Mesa Diretora que esteja sendo investigado pelo Conselho de Ética e o fim do voto secreto. "Só o fato de haver o processo e o acusado poder continuar na presidência, respondendo a todas as denúncias da cadeira de presidente, já abala toda a nossa credibilidade."

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