
O governo de Senegal comunicou, no fim da tarde desta segunda-feira (1º), ter localizado em seu mar territorial destroços que poderiam ser do avião da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo, na noite de domingo. As autoridades senegalenses, no entanto, afirmam que ainda não é possível confirmar que o material encontrado seja mesmo do voo que partiu do Rio com destino a Paris e sumiu dos radares.
Segundo o vice-presidente José Alencar, tripulantes de um avião da TAM que chegou ao país nesta madrugada disseram ter avistado "alguma coisa pegando fogo" em alto-mar, "numa região do Atlântico".
"Há uma notícia, ainda muito vaga, de que um avião aqui do Brasil - da TAM -, teria avistado alguma coisa pegando fogo no Atlântico", disse Alencar a jornalistas no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde foi prestar solidariedade a familiares dos passageiros que estavam a bordo do voo AF 447. "Poderiam ser (destroços), mas ainda não se sabe. A Força Aérea Brasileira (FAB) está procurando informações mais detalhadas sobre isso", acrescentou.
A FAB confirmou que um avião que fazia a rota contrária ao da Air France - vinha da Europa para o Brasil - avistou "pontos alaranjados" no oceano. A TAM informou que não comentaria por enquanto as declarações de Alencar.
Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, caso a informação seja comprovada pelas equipes de busca, a responsabilidade pela investigação das causas do acidente passa a ser da França, país a que pertence a empresa aérea responsável pelo voo. A Força Aérea Brasileira (FAB) não exclui, no entanto, a possibilidade de os dois governos entrarem em acordo para definir um trabalho em conjunto.
Enquanto a confirmação não vem, a Aeronáutica continua as buscas pelo avião, que partiu do Rio às 19h de domingo e deveria chegar a Paris nesta segunda-feira às 11h15 (06h15, hora de Brasília). Os contatos normais com o avião ocorreram até as 3h30m de Paris (22h33m de Brasília), antes de a aeronave entrar em uma zona de fortes turbulências e de trovoadas. Às 4h15m (23h15m de Brasília), o avião emitiu uma série de alertas automáticos, antes de desaparecer das telas dos radares franceses. Pouco depois das 9h, sem informações do avião, a Air France instaurou uma célula de crise, por considerar a situação muito grave.
Segundo o site da companhia aérea, havia 228 pessoas, 12 delas tripulantes, a bordo do voo 447. Estavam a bordo 58 passageiros brasileiros e 61 franceses, além de 26 alemães, 2 norte-americanos, 1 sul-africano, 1 argentino, 1 austríaco, 1 belga, 5 ingleses, 1 canadense, 9 chineses, 1 croata, 2 espanhóis, 4 húngaros, 3 irlandeses, 1 islandês, 9 italianos, 5 libaneses, 2 marroquinos, 1 filipino, 2 poloneses, 1 romeno, 1 russo, 3 eslovacos, 1 dinamarquês, 1 estoniano, 1 gambiano, 1 sueco, 6 suíços, 1 holandês, 3 noruegueses e 1 turco.
Até o momento, não há nenhuma captação da transmissão do sinal do equipamento de emergência (ELT) e nenhuma aeronave sobrevoando a rota recebeu pedido de socorro do voo 447 por meio da frequência internacional de emergência (121,5MHz). Uma fonte aeroportuária do jornal "Le Figaro" diz que não há mais esperanças de encontrar sobreviventes. A Air France já enviou condolências aos parentes dos passageiros e tripulantes do avião.









