O Sinttracovel (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Cascavel) anunciou, no fim da tarde desta segunda-feira (22), que motoristas e cobradores vão deflagrar greve a partir desta terça-feira (23). A paralisação é em protesto à falta de avanço na negociação salarial da categoria. Motoristas e cobradores cobram o repasse dos 6,33% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e 15% de aumento real. Os patrões classificaram a proposta como "absurda" e ofereceram o repasse do INPC e 1% de aumento.
De acordo com Nelson Mendes de Borba, presidente do Sinttracovel, a categoria já estava decidida a cruzar os braços, caso a proposta de aumento fosse inferior a 10%. Com isso, a decisão foi paralisar a atividade faltando dois dias para o Natal. "Nós vamos ficar acampados em frente às garagens das empresas", diz Borba.
Por meio da assessoria de imprensa, as empresas Viação Capital Oeste e Pioneira classificaram a atitude do sindicato como "irresponsável" e uma afronta ao Poder Judiciário que tem auxiliado nas negociações. Na última sexta-feira (19) aconteceu uma audiência na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) para discutir a questão salarial e a paralisação dos miniônibus, os chamados "micrões", que estão impedidos de circular pelo sindicato desde o dia 28 de novembro. O Sinttracovel exige o fim da dupla função dos motoristas dos 31 micrões, já, que além de dirigir, eles também cobram a tarifa do usuário.
A audiência no TRT-PR envolveu representantes do sindicato, das empresas e da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), autarquia responsável pela concessão do transporte público. Ficou decidido que, mesmo com recesso forense, o TRT vai julgar a questão do dissídio salarial.
No ano passado, durante as negociações, também foi deflagrada greve de motoristas e cobradores de Cascavel. A paralisação durou 24 horas e foi encerrada após a Justiça determinar que 70% dos veículos circulassem em horário de pico e 50% no restante do dia.
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