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Discriminação agrava o problema

Por serem constantemente isolados, incompreendidos, motivo de piadas ou sofrerem com o bullying (atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos que são adotados por um ou mais jovens contra outros colegas), é comum que jovens e adultos com autismo sejam solitários. Para amenizar esse quadro, o médico psiquiatra Estevão Vadasz, do Hospital das Clínicas de São Paulo, iniciou no mês passado o programa Estação Especial. São encontros semanais entre jovens com sindrome de Asperger (semelhante ao autismo) e jovens com autismo de "alto-funcionamento" (que dentro do espectro autista têm condições menos comprometidas).

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Hoje, Dia Internacional de Conscientização do Autismo, várias partes do mundo lembrarão a doença. No Brasil, porém, o dia ainda não entrou para o calendário oficial. Nem o Ministério da Saúde nem as secretarias estadual e municipal de Saúde programaram nada para hoje ou qualquer outra data.

O dia dedicado ao distúrbio do desenvolvimento neurológico foi estabelecido em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU). A ideia era despertar as autoridades para a necessidade de melhorar as condições de vida das pessoas que sofrem deste transtorno, e também para dar melhor condição de vida a seus familiares. Portugal, Suécia, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos são alguns dos países que promovem um dia inteiro de programação voltada ao tema.

O autismo afeta a cada dia uma proporção maior da população infantil, chegando a atingir um em cada 150 meninos (a proporção é de seis meninos para uma menina). No Brasil estima-se que haja mais de 1 milhão de portadores, com diferentes graus de deficiências nas áreas da comunicação, interação social e comportamento. Cansadas do que chamam de descaso e negligência do poder público, famílias têm encontrado obstáculos nas áreas da educação e da saúde – e ainda têm de lutar contra a discriminação. Os avanços na discussão sobre o tema dependem de pequenas ações particulares.

Programação

Apesar de não se tratar de uma programação oficial, alguns movimentos foram organizados por familiares e amigos de pessoas com autismo. Em Brasília, a ONG Movimento Orgulho Autista Brasil organizou palestras e o 3º Prêmio Orgulho Autista, que valoriza ações que contribuíram para a melhoria de vida de quem tem o transtorno.

No centro do Rio de Janeiro haverá uma manifestação pela manhã na Praça XV de Novembro, com o apoio da Associação em Defesa do Autista (Adefa), ONG criada por pais e profissionais especializados. Além da passeata, a pedido do grupo, as telas de mensagem da Ponte Rio-Niterói devem transmitir hoje a mensagem: "autismo é tratável".

Em São Paulo, tem início o 4º Simpósio Internacional de Atualização sobre o Autismo. A iniciativa é do Centro Pró-Autista, ONG formada por pais e profissionais da capital paulista que presta serviços gratuitos de diagnóstico e tratamento. Segundo o diretor-técnico da entidade, o neurologista e psiquiatra Wanderley Domingues, o evento visa à atualização de profissionais da saúde, pais e educadores e terá palestras até sábado. "Teremos seis profissionais brasileiros e outros cinco do exterior explicando a importância do diagnóstico e da intervenção precoces", diz.

Domingues aproveita para expor a importância de a sociedade buscar respostas do governo. "Sabemos que o Estado, alegando falta de recursos, se furta a atender os pacientes. É preciso exigir atendimento de qualidade e suficiente na rede pública. O surgimento de organizações não-governamentais demonstra a ineficiência do poder público em atender à demanda. Mas, infelizmente, essas entidades não estão por todo o país e, além de insuficientes, costumam ter um custo muito alto", afirma.

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Serviço

Para mais informações sobre o 4º Simpósio Internacional de Atualização sobre Autismo acesse o site www.centroproautista.org.br. O site Universo Autista pode ser acessado pelo endereço www.universoautista.com.br. Centro Conviver, especializado em autismo, Rua Margarida Dallarmi, 151, (41) 3273-3047.

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