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Curitiba

Suspeito de abusar de menina de 4 anos em creche pode ter feito outra vítima

O educador suspeito de ter molestado uma criança de 4 anos dentro de uma creche em Curitiba pode ter molestado outra criança da mesma idade há dois anos em outra instituição de educação infantil. A informação foi confirmada por funcionários da prefeitura nesta sexta-feira (19). Todos que conversaram com a reportagem pediram o anonimato por temer sofrer retaliações administrativas.

O suspeito foi afastado de suas funções há três semanas, acusado de ter praticado atentado violento ao pudor - o que exclui a conjunçãp carnal, mas pode indicar várias formas de abuso sexual - dentro de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Para a prefeitura, "há indícios de abuso sexual, com base em provas técnicas e testemunhais", de acordo com nota divulgada na quinta-feira (18). O funcionário deve ser exonerado.

O mesmo homem teria sido investigado em sindicância há cerca de dois anos em um caso similar, também dentro de uma creche municipal, denunciado pela mãe da suposta vítima. Apuração da Gazeta do Povo dá conta de que a criança teria negado aos psicólogos a versão da mãe e o caso foi arquivado por falta de provas. O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), divisão da Polícia Civil especializada em casos de pedofilia, não foi notificado sobre a suspeita na ocasião.

É obrigação aos membros da rede de proteção infantil - que reúne várias instituições que lidam com crianças, como creches, hospitais, polícia e o Ministério Público - alertar aos órgãos competentes todo caso suspeito de abuso sexual infantil, mesmo a revelia dos pais, no menor tempo possível. O caso de três semanas atrás, que teria sido testemunhado por uma funcionária, só foi registrado na polícia mais de duas semanas depois do fato. A delegada Eunice Bonome, titular do Nucria, se comprometeu a averiguar a causa da demora no registro do boletim de ocorrência. Funcionários das duas creches onde o suspeito trabalhou garantem que o trâmite foi realizado de forma correta.

Após a primeira suspeita de abuso, o educador foi transferido para outra creche no mesmo bairro. Uma funcionária vinculada à Secretaria Municipal de Educação disse que a transferência se deu de maneira normal, sem nenhum tipo de alerta pela motivação da mudança.

A Procuradoria Geral do Município deve entregar os dados da sindicância interna sobre o segundo caso na segunda-feira (22) ao Ministério Público e ao Nucria. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que não poderia antecipar os resultados da investigação em razão do caso lidar com uma criança. O governo municipal antecipou que vai exonerar o funcionário. As diretoras da duas creches onde o suspeito trabalhou disseram que só o departamento de comunicação social da prefeitura poderia comentar o caso.

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