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Presidente da Urbs, Rogério Gregório, fala com a imprensa para justificar os aumentos | Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná/
Presidente da Urbs, Rogério Gregório, fala com a imprensa para justificar os aumentos| Foto: Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná/

O passageiro de Curitiba vai pagar R$ 3,70 para andar de ônibus a partir da próxima segunda-feira, dia 1.º de fevereiro, o que representa um aumento de 12,12% sobre o valor atual. Pelo segundo ano consecutivo, a Urbs, empresa que administra o sistema, definiu o reajuste antes do anúncio de uma nova tarifa-técnica (valor real de cada passageiro repassado às empresas pela Urbs). Isso significa que, se houver um aumento salarial aos motoristas e cobradores acima do que ela prevê que as empresas concederão, é possível que a tarifa seja reajustada de novo após 26 de fevereiro (data do anúncio da nova tarifa-técnica). A data-base da categoria também ocorre em 1.º de fevereiro.

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A administradora do sistema usou como base para a previsão o último reajuste de 9% (quase 2% acima da inflação na época) , ocorrido em março do ano passado. O anúncio da nova tarifa foi feito no começo da tarde desta sexta-feira (29), na sede da empresa na Rodoferroviária de Curitiba. “Nós avaliamos e acreditamos que não exista esse risco [de novo aumento da tarifa]. Pelo menos, estamos trabalhando para eliminá-lo”, disse o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior. O salário dos trabalhadores representa quase 50% da tarifa-técnica repassada aos empresários.

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Outra consequência do aumento da tarifa antes do fim das negociações dos trabalhadores com as empresas é uma sobra que a Urbs terá em cada passagem nova paga pelo usuário até o anúncio da nova tarifa-técnica. Como a tarifa-técnica atual é R$ 3,27 e, a partir de segunda-feira, o passageiro pagará R$ 3,70, a diferença de R$ 0,43 irá direto para o Fundo de Urbanização de Curitiba, segundo Gregório. De acordo com ele, o dinheiro já tem destino certo.

“Estamos prevendo que a partir do dia 1.º de fevereiro vamos ter que pagar às empresas uma massa relativa ao aumento do salário dos motoristas e cobradores. Se as negociações forem concretizadas já ou no final do mês, o fato é que esse valor do dia 1.º ao 25 terá de ser pago. Então precisamos garantir o caixa para essa operação”, afirmou.

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Durante a entrevista, Gregório ainda defendeu que o reajuste está bem abaixo da média em relação aos aumentos em outros setores. Mencionou ainda que o valor reajustado da tarifa representa um peso menor ao salário mínimo do trabalhador que em 2005. “Em 2005, precisava mais de 36% do salário mínimo para comprar 50 passagens. Hoje a média destes anos do Gustavo Fruet, incluindo a tarifa de agora, dá pouco mais de 20% do comprometimento do salário mínimo”, disse.

Corrida para pagar menos

Com o anúncio do aumento da tarifa, os usuários do transporte coletivo da capital têm pouquíssimo tempo para carregar presencialmente os seus cartões-transporte até que a nova tarifa passe a valer, e assim aproveitar o valor antigo da passagem, que é de R$ 3,30. Se o usuário preferir imprimir um boleto para comprar as passagens, será possível pagá-lo em sete dias.

Por volta das 19h desta sexta-feira (29), a reportagem da Gazeta do Povo visitou bancas nas praças Carlos Gomes e Rui Barbosa, principal ponto de convergência de linhas no Centro da capital. Segundo os atendentes, a procura por créditos para o cartão-transporte se intensificou um pouco após as 16h, mas nada significativo.

Negociação dos trabalhadores

Até agora, Sindimoc, entidade que representa os motoristas e cobradores do transporte público, não aceitou a proposta feita até agora dos empresários. Os patrões ofereceram a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – o índice acumulado em 12 meses até dezembro de 2015 está em 11,27% –, bônus de R$ 380 em uma só parcela e R$ 45 de aumento no cartão-alimentação. A categoria tem assembleia marcada na próxima segunda, às 20 horas, para definir rumos da negociação.

A tarifa atual, de R$ 3,30, é consideradadefasada pelos empresários, que têm frequentemente atrasado os salários de motoristas e cobradores. Isso gerou diversas greves e paralisações parciais dos ônibus em 2015 e neste início de ano. Para evitar que a situação se repita, a prefeitura aceitou aumentar o valor mesmo antes de a negociação salarial acabe.

Histórico de reajustes

Desde que o atual sistema para cálculo da tarifa entrou em vigor, em 2010, a tarifa do transporte coletivo de Curitiba subiu R$ 1,50, reajuste de 68,2%. No mesmo período, a tarifa técnica (valor pago às empresas) aumentou 39,1%, considerando o valor de R$ 3,27, definido em dezembro do ano passado. Novo reajuste deve ser anunciado no final de fevereiro, após a negociação salarial entre os sindicatos das empresas (Setransp) e dos motoristas e cobradores (Sindimoc).

Até fevereiro de 2015, a tarifa técnica era mista. O valor levava em conta os custos da Urbs, no sistema urbano, e da Comec, no metropolitano. O cálculo era feito a partir de uma média ponderada, levando em conta o número de passageiros de cada sistema. Confira o histórico do valor da tarifa, de 2010 até agora:

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