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Tempestade que atingiu várias regiões do estado no fim de semana afetou 800 pessoas | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Tempestade que atingiu várias regiões do estado no fim de semana afetou 800 pessoas| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Mais chuva

PR pode enfrentar novas tempestades ainda nesta semana

Felippe Aníbal

A partir de amanhã, áreas de instabilidade que se formam sobre o estado devem ganhar força e novas tempestades estão previstas. "Na maior parte do estado, o tempo está bem instável, com temperaturas elevadas e umidade, o que favorece a formação de áreas de instabilidade", explicou a meteorologista Vanessa Dávila, do Instituto Tecnológico Simepar.

Para a quarta, a previsão é de chuvas em todas as regiões do estado. As tempestades, com possibilidade de vendavais e queda de raios, devem ocorrer principalmente a partir do período da tarde.

Novo radar será instalado em Cascavel

O Paraná possui hoje apenas um radar meteorológico, instalado em Teixeira Soares, na Região dos Campos Gerais. O equipamento, o mesmo desde 1997, possui condições de prever a situação do tempo com grande grau de precisão nas regiões Sul, Leste e Central do estado. "Estamos instalando um radar em Cascavel para dar cobertura às outras regiões", afirma o meteorologista e pesquisador do Instituto Tecnológico Simepar Leonardo Calvetti. A previsão é que o equipamento esteja funcionando em 2013.

O grau de confiabilidade da previsão é tão maior quanto mais próximo da chuva ele for obtido. "Três horas antes o Simepar consegue detectar uma região mais propensa a ter temporal. O local exato e preciso da região que será atingida acontece por volta de 30 minutos antes", explica Calvetti. O capitão Dorico Gabriel Borba, da Defesa Civil, afirma que o aviso do Simepar geralmente acontece em tempo adequado.

41,4 milímetros

foi o que choveu em Curitiba no último domingo, mais de um quarto do previsto para todo o mês de dezembro.

O Paraná deve enfrentar mais uma temporada de chu­­vas intensas sem um siste­­ma de monitoramento e previsão que possa evitar desastres naturais. Hoje, só treze dos 399 municípios do estado são monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do governo federal. A partir do próximo ano, outras 22 cidades devem ser incluídas no sistema. A previsão é que durante este mês o estado registre chuvas acima da média, com ocorrência de temporais como o que caiu sobre Curitiba no último domingo.

INFOGRÁFICO: Veja as cidades que contam com o sistema Cemaden e as diferenças de monitoramento

As cidades que devem ser incluídas no Cemaden localizam-se nas regiões Leste, Sudoeste e Noroeste do Paraná. Atualmente, o Brasil apresenta 201 municípios em monitoramento. O plano do governo federal é ampliar o monitoramento para 820 cidades até 2014.

De acordo com o capitão Dorico Gabriel Borba, da seção de planejamento da Defesa Civil do Paraná, são priorizados municípios que apresentam alto risco de desastres naturais, como alagamentos e deslizamentos. "Os demais não possuem grande incidência ou histórico de desastres", explica. Enxurradas e deslizamentos correspondem a 69% das ocorrências de desastre natural no país.

O secretário de políticas e pesquisas do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, ressalta que é impossível reduzir os danos de desastres naturais a zero. "Nem mesmo em um país que há mais tempo se prepara para desastres, como os Estados Unidos, o risco zero é realidade", exemplifica.

No Bra­­sil existem duas estruturas articuladas que atuam como objetivo de prevenção. O Cemaden, que realiza o monitoramento, e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), que alerta os riscos de desastres. "O alerta deve ser emitido com tempo suficiente, perto de seis horas de antecedência. O Cenad, que contempla a Defesa Civil, recebe o alerta e entra em contato com os ór­­gãos do município, como a Defesa Civil municipal e Corpo de Bombeiros", afirma.

Plano de prevenção

Está em andamento um plano de prevenção a desastres que prevê investimento de R$ 18,8 bilhões até 2014. A meta é garantir segurança às populações de áreas sujeitas a desastres naturais. Desse montante, R$ 15,6 bilhões serão utilizados em prevenção, R$ 2,6 bilhões em resposta, R$ 362 milhões em monitoramento e alerta, e R$ 162 milhões em mapeamento.

Nobre diz que serão priori­­zadas obras urbanas que "impeçam ou diminuam" a intensidade dos desastres, como contenção de encostas e reservatórios para evitar inundações.

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