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A má distribuição dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Paraná tem uma explicação bastante prática: não adianta o estado dar apenas o leito totalmente equipado, é preciso ter profissionais qualificados, área física adequada (hospitais) e suporte para diagnóstico. Segundo o superintendente de Gestão de Sistema em Saúde, Irvando Carula, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o paciente que perdeu bastante sangue, ao chegar, precisa ter o estancamento do sangue mas também necessita da reposição do que foi perdido.

"A UTI é um conjunto. É preciso ter equipe para manter esta dinâmica e hoje temos deficiência de profissionais em diversas cidades. Só para exemplificar. Em 2002, tínhamos cerca de 700 leitos de UTI pelo SUS, hoje temos 1,3 mil e faltam intensivistas. Não temos como operar em certa cidade se não houver o especialista", diz.

Por isso, algumas cidades acabam sendo referência para todas as outras, segundo Ca­­rula, até porque o Paraná tem diversos municípios bem pe­­quenos que não conseguem manter o mínimo de 40 médicos no município para fazer os plantões. Além da capital, os leitos de UTI costumam estar em cidades-polo e nas regiões metropolitanas. "Em Jaca­rezinho, por exemplo, temos UTI mas encontramos dificuldades para conseguir um médico da neurocirurgia. Estamos procurando", afirma.

O número de leitos de UTI do Paraná é um dos melhores do Brasil, mas mesmo assim não é suficiente. Carula lembra que, nos fins de semana e feriados, a violência urbana e a violência no trânsito acabam congestionando os hospitais e, consequentemente, as UTIs. "Se conseguirmos resolver o problema das drogas e melhorar a educação no trânsito, os leitos ficarão praticamente vazios. Não adianta colocarmos mais 500 leitos e não atuarmos nesta questão. Só ter o leito de UTI não resolve", diz.

Ele ainda contesta que o número de leitos de UTI seja maior no âmbito privado. "Temos mais oferta pelo SUS, a questão é que temos contratos com hospitais privados. E, infelizmente, alguns hospitais particulares que têm o leito de UTI credenciado pelo SUS, quando recebem paciente particular, usam o mesmo leito para atender este doente que vem pelo plano de saúde", explica.

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