O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), confirmou em entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira (24) que o complexo de favelas da Maré, na zona norte, será ocupado pelas tropas federais.
"Solicitamos ao governo federal a [operação de] Garantia da Lei e da Ordem para o complexo da Maré", disse Cabral, referindo-se à portaria normativa que dá base à atuação das Forças Armadas em operações de policiamento.
"Esse é um passo decisivo para a nossa política de segurança pública. Trata-se de uma área estratégica para o ir e vir da população carioca, uma área sensível e com população de trabalhadores ansiosos para receber a presença das forças de segurança."
O governador falou à imprensa após reunir-se com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na manhã de hoje. Segundo eles, a data em que se iniciará a ocupação e a quantidade de tropas que serão usadas ainda estavam em negociação.
"O secretário de segurança do Estado, o Comando Militar do Leste, as polícias federal, militar e rodoviária se encontram ainda em reunião para decidir as questões técnicas", afirmou o governador.
A ocupação do complexo, formado por 16 favelas divididas entre três facções criminosas, é o primeiro passo para a implantação de mais uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), segundo Cabral a UPP da Maré deveria ter sido a 38ª a ser instalada, mas as dificuldades para ocupar a região forçaram o governo a adiar a instalação.
"O complexo da Maré está dentro da previsão das nossas ações de pacificação no segundo semestre, então podemos garantir que essa entrada não tem mais saída. Num primeiro momento, será com as forças federais e, depois, com as unidades de polícia pacificadora."
A Maré é considerada um ponto estratégico porque próximo a ela passam as três principais vias de acesso ao centro do Rio para quem vem da via Dutra, do aeroporto internacional e da Barra da Tijuca (zona oeste).
Segundo Cabral, a região é problemática por conta da "presença do tráfico numa comunidade com mais de 100 mil habitantes, onde você tem armas, drogas, ações criminosas em diversos bairros do Rio com refúgio dentro do complexo da Maré".
O ministro da Justiça explicou o trâmite oficial para a implantação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
"As Forças Armadas, pela Constituição, só podem exercer atividade de segurança nas regiões de fronteira ou onde for necessário para a Garantia da Lei e da Ordem. Nesses caso, o governador solicita à presidente, que autoriza o uso das Forças Armadas. O governador do Rio solicitou o uso dentro da Maré, a presidente autorizou e assim será feito."
Cardozo afirmou ainda que, apesar de a operação ter duração e área previamente delimitadas, o tempo de permanência poderia ser expandido.
"Essas questões não são anunciadas previamente. É claro que, numa Garantia de Lei e Ordem, você tem de ter prazo, mas ele será o quanto for necessário para o cumprimento dessa primeira etapa. Formalmente, haverá um prazo fixado, mas ele é ajustável à necessidade."
O ministro também disse que o uso de tropas federais no Rio não prejudicará o planejamento de segurança da Copa, que prevê o uso das Forças Armadas.
"Temos o efetivo suficiente e necessário, temos um plano de segurança para a Copa do Mundo muito bem desenvolvido. Podem ter certeza de que o Brasil está muito bem capacitado para atender os turistas que aqui virão para assistir à Copa."
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