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Doraci Grings, funcionária da Divisão de Cemitérios da Prefeitura, colaborou no reforço de pessoal no Cemitério Água Verde ontem. Enquanto o padre Reginaldo Manzotti animava os fiéis na missa, ela se preocupava: "O movimento agora até que está calmo. Quando acaba a missa é que entra todo mundo junto e a gente não dá conta", explica. Para evitar a bagunça, Dirce Regina Assis e Teresinha Rocha resolveram dar uma escapada no meio da missa e estiveram pela primeira vez no túmulo de Poty Lazzarotto. "Nós gostamos muito de arte e o Poty foi tão inspirado, pedimos que ele continue inspirando, lá de cima, outros artistas", contou Teresinha. Quase do outro lado do cemitério, o túmulo da massagista Maria Polenta estava cheio de flores e velas, enquanto a discreta sepultura do poeta Paulo Leminski não tinha uma flor sequer.

Sem preocupação com os famosos, Diony Marisa de Jesus da Silva foi visitar a sepultura de parentes, com a mãe, Maria do Rocio, e o marido, Valdo. Eles até pretendiam participar da missa, mas Maria do Rocio está se recuperando de um enfarte. "Venho todo ano, mas estou convalescendo, então fica difícil. Mas já sei a que horas passa a reprise na televisão", disse. Ela mesma pintou um anjo que a família levou para enfeitar o túmulo. "Ainda não terminei, assim que eu melhorar eu volto aqui e finalizo a pintura no cemitério mesmo", contou.

Maria Bueno

No Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Edimir Jaymes reclamava que era impossível permanecer mais de alguns segundos na capela dedicada a Maria Bueno, a santa extra-oficial mais famosa de Curitiba – afinal, a tarde era muito quente e o movimento, intenso. "Venho já faz quase dez anos, peço coisas, e também já recebi graças", disse. Edimir, que não tem nenhum parente enterrado no cemitério, trouxe pela primeira vez a filha, Indianara, que compartilha da devoção da mãe.

Segundo a prefeitura, passaram pelos cemitérios municipais cerca de 115 mil pessoas – 20 mil a mais que no ano passado. Mas a proprietária de uma banca de flores no Cemitério Municipal, Inês de Jesus, não estava contente com o movimento. "Compramos menos flores que ano passado e vendemos menos ainda, apesar de manter o preço", reclamou. (MAC)

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