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Pedagoga, doutora em Educação e professora de mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Marilda Behrens, atribui à própria universidade parte da responsabilidade pelas aulas-espetáculo dos cursinhos. "O vestibular ainda exige muita decoreba, a grande maioria das perguntas requer algum tipo de memorização, e os pré-vestibulares preparam o aluno para que ele se saia bem", observa. "Questões mais críticas e analíticas forçariam os cursinhos a transmitir o conhecimento de uma forma mais crítica também."

Isso ajudaria a explicar a diferença que se percebe muitas vezes na maneira de lecionar nos cursos de graduação. "Na universidade, a preocupação não é com a prova, mas com a formação profissional", descreve. "Por isso a tendência lá é propor um ensino mais crítico, que prepare o aluno para a elaboração das idéias e estimule a reflexão. Mas há muitos professores que mantêm a prática pedagógica do cursinho na faculdade", ressalva.

Marilda também vê com restrições a adoção do humor como recurso pedagógico. "Não sou a favor da piada se ela não for contextualizada", afirma.

Para a especialista, o humor também não é a única forma de tornar uma aula dinâmica e atraente. "Os professores poderiam usar melhor os recursos de que dispõem na própria universidade, como datashow, vídeos, programas, palestras, e tornar a aula movimentada sem precisar contar piada", sugere.

Mesmo assim, não crucifica os superstars dos cursinhos nem idealiza os colegas de universidade. "Há professores excelentes nos cursinhos e outros na faculdade que dão a mesma aula há 30 anos e acham que está bom. O importante é ter competência", diz.

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