Os quase R$ 5 milhões que a prefeitura de Curitiba adiantou para as empresas de ônibus, no início desta semana, apagaram apenas o incêndio do 13.º salário, cujo prazo para pagamento da primeira parcela venceu na última segunda-feira (30). Para o salário de novembro, a Urbs estuda nova “ajuda” aos empresários. A conta deve ser paga na próxima segunda-feira (7).
O Setransp (sindicato patronal) voltou a afirmar que não há dinheiro em caixa para pagamento do salário de motoristas e cobradores. A Urbs, que administra o sistema, estuda alternativa semelhante à realizada no início da semana, quando depositou o valor referente ao que foi gasto pelos passageiros naquele dia, antecipando em 48 horas o pagamento.
Segundo informações da Urbs, o Setransp entregou uma planilha com os custos da folha da pagamento de novembro na tarde desta quarta-feira (2). A empresa irá discutir o que é viável “do ponto de vista técnico e financeiro” de ser transferido às viações com base neste documento. Mas a Urbs não cogita antecipar pagamentos por serviços ainda não prestados pelas empresas de ônibus.
A proposta da Urbs será apresentada em nova rodada de negociações na próxima sexta-feira (4), com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-PR). O objetivo é evitar nova greve de motoristas e cobradores, como a que atingiu parcialmente o transporte em Curitiba, na manhã desta terça-feira (1.º).
A assessoria do Setransp reiterou nesta quarta-feira que busca junto à Urbs verba para quitar a folha de pagamento. Mas o pano de fundo da negociação mediada é a redefinição do valor da tarifa técnica, hoje fixada em R$ 3,21.
Também na sexta-feira, o sindicato dos trabalhadores (Sindimoc) deve realizar nova assembleia. O presidente da entidade, Anderson Teixeira, diz que um indicativo de greve pode ser aprovado para terça-feira (8), caso as empresas não paguem o salário em dia.
O pagamento dos salários posterga em duas semanas a crise do transporte. Novo pagamento deve ser feito no próximo dia 20. Dessa vez, da segunda parcela do 13.º e do adiantamento do vale.
Para evitar que o problema se repita, Setransp e Sindimoc estudam antecipar as discussões em torno da convenção coletiva da categoria, prevista para ocorrer em fevereiro do ano que vem.
Já a Urbs deve aumentar a tarifa nos próximos meses. O presidente da empresa, Roberto Gregório, declarou que o reajuste é inevitável, em função do aumento dos “insumos que compõe a tarifa técnica”, como pneus, combustíveis e salário. Ainda não há previsão de quando o aumento será feito e nem de qual será o novo valor.
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