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Foz do Iguaçu - O reajuste do pedágio aplicado em 27 praças do Anel de Integração, que liga as principais cidades do estado, mais uma vez causou indignação nos paranaenses. Além de questionarem o valor, considerado alto, motoristas cobram das empresas a duplicação de rodovias e a construção de contornos. O novo preço começou a vigorar a zero hora de ontem nas praças administradas por seis concessionárias.

O reajuste aplicado, de 9,74%, vale para todas as praças, exceto as cinco administradas pela Ecocataratas, responsável pelo trecho Foz do Iguaçu–Guarapuava, que garantiu na Justiça mais 9% de aumento para compensar uma redução de tarifa ocorrida em 2004. O motorista que passa pela praça de São Miguel do Iguaçu com carro de passeio agora paga R$ 9,20, um dos maiores valores, abaixo apenas do cobrado nos postos de São José dos Pinhais (R$ 12,50) e Jataizinho (R$ 11,50).

O reajuste foi autorizado com base em seis liminares obtidas pelas concessionárias paranaenses que administram cerca de 2,5 mil quilômetros de rodovias no estado. A Rodonorte, responsável por trechos das BRs 376, 373, 277 e a PR-151, foi a última a obter a liminar, na noite de sexta-feira, mas garantiu o reajuste ontem.

As concessionárias apelaram para a Justiça depois que o reajuste proposto mais uma vez não foi aceito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Desde 2003 o governo vem recusando os aumentos, mas as ações ainda estão em tramitação. Atualmente, há mais de 154 ações sobre o pedágio protocoladas na Justiça.

Concedido todos anos em dezembro, o acréscimo na tarifa é calculado com base em fórmula prevista nos contratos, que tem como referência a variação de índices da Fundação Getúlio Vargas (FGV), como o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM). O governo do estado, por meio do DER, informou ontem que está concluindo detalhes para entrar com recurso para derrubar as seis liminares que autorizaram o reajuste.

Manifestações

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC), Valdinei Antonio da Silva, diz que os contratos devem ser respeitados, mas a situação não pode ficar como está porque o estado está sendo prejudicado. Ele cita uma reivindicação antiga do Oeste que é a duplicação da BR-277 no trecho Medianeira–Santa Tereza do Oeste e a construção de contornos rodoviários em Cascavel. "A falta de negociação entre as concessionárias e o governo tem prejudicado o desenvolvimento do estado", salienta.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos da Região Oeste, Jeová Pereira, calcula que um motorista de caminhão terá que desembolsar R$ 934 para ir e voltar de Foz do Iguaçu a Paranaguá. Ao mês, esse mesmo motorista deixará nas praças de pedágio cerca de R$ 5 mil a R$ 6 mil. "O pior é que circulamos em pistas sem duplicação e sem acostamentos adequados", diz.

Hoje, às 10 horas, será promovida no Plenarinho da Assembléia Legislativa uma reunião do Fórum Popular contra o Pedágio, organização suprapartidária criada há três anos para denunciar o abuso de preços das tarifas nas rodovias brasileiras. O coordenador do fórum, o comerciante Acir Mezzadri, diz que serão apresentados documentos que mostram detalhes sobre a cobrança do pedágio.

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