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Curitiba

Vão embaixo de escada de delegacia agora abriga dois presos

Suspeito de participação na morte de enteado divide cela improvisada com homem que teria praticiado homicídio na CIC

Dois suspeitos de homicídio dividem cela improvisada embaixo da escada | Patricia Pereira / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Dois suspeitos de homicídio dividem cela improvisada embaixo da escada (Foto: Patricia Pereira / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

O vão da escada na Delegacia de Homicídios de Curitiba transformou-se em cela improvisada para dois suspeitos de assassinato. Nesta quarta-feira (24), Josiel Lucas de Ramos, 19 anos, passou a dividir o cubículo sem cama e sem banheiro com Davi Moraes Mendes, 42, preso desde segunda-feira pela suspeita de ter sido o mandante do crime que matou o enteado dele, Gabriel Henrique Vieira, 13 anos, em setembro.

Ramos é suspeito de ter matado Johny dos Santos Oliveira, junto com Jorge Fernando Correia de Souza, 23 anos. Os dois foram presos no último dia 18, durante a operação "Sonho Verde", realizada na Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), pela Polícia Civil em parceria com a Polícia Militar.

Durante a ação policial, houve troca de tiros e Ramos acabou atingido no braço esquerdo. Ele foi internado no Hospital Evangélico e teve alta nesta quarta-feira. O outro suspeito, Souza, foi encaminhado à Casa de Custódia.

O preso ainda está com o braço enfaixado, mas não pode ser transferido porque não há vagas na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, segundo a delegacia. A polícia também tenta transferir Mendes para outro lugar desde a tarde de segunda-feira.

A cela dividida pelos dois tem a largura exata para dois colchões, estendidos no chão, lado a lado. Não há banheiro e sempre que um deles tem uma necessidade um policial precisa abrir a cela e levá-lo até o sanitário, o que coloca em risco a delegacia, segundo a polícia. "Tem o risco para o policial e o risco de fuga", disse o delegado Rubens Recalcatti.

Mendes chegou a ser levado para Casa de Custódia, mas não foi recebido no local porque, segundo a Casa, faltava um documento para a liberação da vaga. Em nota enviada à imprensa na terça-feira, a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) informa que a não recepção do suspeito na Casa de Custódia de Piraquara, antigo Centro de Triagem 2 da Polícia Civil, deve-se ao fato de não haver sido enviada ainda a documentação essencial para se avaliar as condições de implantação do preso na unidade.

A secretaria esclarece ainda que os presos mais antigos detidos em delegacias têm prioridade de transferência para unidades do sistema penitenciário, o que não é o caso de Mendes e Ramos, que foram presos recentemente. Este processo, porém, abre vagas em delegacias de polícia, que por sua vez podem receber presos de delegacias impossibilitadas de manter detentos, como a Homicídios. No entanto, a delegacia informou que a Polícia Civil já verificou e também não há vagas em delegacias.

De acordo com Recalcatti, o problema prejudica o trabalho policial. "Em vista da dificuldade de encaminhar os presos para o sistema, a delegacia se sente de mãos amarradas para efetuar operações que resultem em prisões", declarou.

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