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 | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Para alguns, pode ser considerado um prato estranho. Para outros, é um verdadeiro banquete. Fato é que as ostras têm atraído a atenção de turistas em Guaratuba, onde é possível conhecer o cultivo da ostra e ainda degustar a iguaria.

A Baía de Guaratuba tem as condições ambientais apropriadas para o cultivo das ostras. Ali, os produtores da Associação Guaratubana de Maricultores (Aguamar), por meio do projeto Cultimar, tem mudado a realidade da ostreicultura no Paraná.

De acordo com Antônio Ostrensky, que é coordenador geral do Grupo Integrado de Aqüicultura e Estudos Ambientais (GIA), responsável pelo Cultimar, a produção de ostras ainda é feita de forma predatória no Paraná. "Em Guaratuba, temos cerca de 20% da produção feita de forma avançada e ambientalmente sustentável. Mas há áreas do estado onde 100% da produção é extraída do meio ambiente, de forma predatória e agressiva", explica.

Os produtores da Aguamar cultivam ostras nativas com técnicas que não agridem manguezais ou bancos naturais. De acordo com Ostrensky, isso é feito de duas formas. "As 'sementes' das ostras podem ser obtidas em coletores artificiais, onde as ostras vão se fixar naturalmente, e também podem ser produzidas em laboratório, onde se induz a desova", explica.

A obtenção da semente (como é chamado pelos criadores o óvulo já fecundado) em laboratório permite a seleção das melhores e maiores ostras para reprodução. "A gente seleciona algumas matrizes e manda para o laboratório, para produzir sementes cada vez melhores e beneficiar a produção", explica Nereu de Oliveira, que é ostreicultor e diretor da Aguamar. O trabalho em laboratório é feito pelo município de Guaratuba, através da Secretaria do Meio Ambiente.

O método de cultivo utilizado pelos produtores é chamado long line, caracterizado por bóias e lanternas. As "sementes" são colocadas em estruturas submersas na água para se desenvolverem. "Quando as sementes ainda são muito pequenas, elas são colocadas em caixas de madeira para não serem comidas pelos peixes", conta Oliveira.

Depois que atingem um tamanho maior, as ostras são transferidas para as chamadas lanternas, que são como gaiolas feitas de tela de nylon, com vários andares. "Até atingir a maturação, período que leva cerca de um ano, elas passam por três gaiolas diferentes. É preciso que elas tenham espaço para crescer e aberturas para receberem a quantidade adequada de fitoplâncton, que é do que elas se alimentam", acrescenta o produtor.

As ostras produzidas em Guaratuba são mensalmente analisadas em laboratório pela UFPR. "A universidade emite um laudo sanitário que certifica a qualidade do produto. Isso ajuda muito na comercialização das nossas ostras", garante Oliveira.

Oliveira tem hoje uma produção anual de 10 mil dúzias de ostras nativas no Sítio Sambaqui. No local também há um quiosque com um cardápio variado de ostras, com opções in natura, ao bafo, gratinada e uma diversidade de preparos. Conhecer a procedência das ostras que vai consumir é de extrema importância para o consumidor.

"Uma ostra adulta filtra cerca de 150 litros de água por dia, absorvendo possíveis impurezas da água. Isso vai ser transmitido para quem ingeri-la", explica Oliveira.

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