Quase cem pessoas ligadas à Via Campesina e acampadas do assentamento Dorcelina Falador em Arapongas, região Norte do Paraná, realizaram nesta segunda-feira (25) um protesto em frente à sede da empresa de agrotóxicos Nortox. A "vigília" pretende denunciar uma suposta troca de favores entre a empresa e o deputado federal Abelardo Lupion (PFL).
Os manifestantes pedem que as ligações entre a empresa e o político sejam investigadas, além de exigir que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realize inspeções na Nortox. O presidente da empresa, Osmar Amaral, fala sobre o protesto. "Isso é uma arbitrariedade deles e não devemos a eles nenhuma satisfação. Nossos produtos estão registrados e nossa fábrica está em ordem em todas as instâncias".
Amaral afirma ainda que tudo não passa de política. "Não devemos nada pra ninguém. É um movimento político que objetiva pegar dinheiro da Nortox. O pior é que eles fazem isso com cerca de 60 pessoas, das quais mais da metade são crianças. Nosso país tá bem bagunçado mesmo".
De acordo com a Via Campesina, a Nortox contribuiu com R$ 50 mil para a campanha de Lupion, em troca de flexibilizar a utilização de agrotóxicos no Brasil. "Contribuímos sim, mas o fizemos para outros 11 candidatos na época. Todas as contribuições foram legais e estão registradas no TRE. Para conseguir essa flexibilização não depende de um deputado. Isso é besteira. Precisa da aprovação do Ministério da Agricultura, Ibama, presidência e mais uma centena de laudos e testes. Não é simples assim como eles dizem", explicou Amaral.
Segundo o presidente da Nortox, os trabalhadores terminaram o protesto por volta das 16h30 e não pretende tomar nenhuma medida contra os integrantes da Via Campesina. "Fazer algo contra as crianças que vieram até aqui? E os malandros que estão por isso ficam impunes? Quem devia fazer algo é a polícia, mas acredito que eles não o farão", concluiu Amaral.
Acampamento
No dia (18/09), 300 trabalhadores rurais da Via Campesina montaram acampamento em frente à entrada da fazenda Santa Rita, de propriedade de Abelardo Lupion, em Santo Antonio da Platina.
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