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Família visita espaço leão Rawell no zoo de Curitiba | Henry Milleo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Família visita espaço leão Rawell no zoo de Curitiba| Foto: Henry Milleo / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Visitar um zoológico não é a mesma coisa que brincar no quintal de casa. É preciso responsabilidade e bom senso para entender que os animais têm de ser respeitados – mesmo que estejam ali, expostos e, algumas vezes, prontos para fazer gracinhas em trocas de gritos e aplausos. Para que casos como o registrado nesta quarta-feira (30) no zoológico de Cascavel – onde um tigre avançou no braço de um menino de 11 anos que tentou alimentá-lo – é preciso garantir aos visitantes uma estrutura bastante segura. Responsáveis pelo zoológico de Curitiba, no Boqueirão, garantem que o local não apresenta problemas e que, quando detectada alguma falha que pode pôr em risco a segurança tanto dos animais como das pessoas, o procedimento usual é alterar a estrutura do recinto. No zoo da capital, a família dos felinos conta atualmente com 11 representantes: quatro leões (dois machos e duas fêmeas), quatro onças pintadas e três pumas. Todos eles são isolados por duas barreiras. Uma que mantém o animal restrito em seu espaço e outra que mantém o público afastado do recinto – o guarda-corpo, que é normatizado pelo Ibama e exigência para que o zoo obtenha autorização de funcionamento. Instalado a uma distância de aproximadamente 1,30 metro da tela ou grade que cerca o recinto do animal, é o guarda-corpo que mantém os visitantes a uma distância segura. A altura do guarda-corpo varia conforme o animal: no entorno das jaulas dos felinos, por exemplo, o guarda-corpo tem mais de 2 metros de altura; já ao redor do recinto de algumas aves, a estrutura é mais baixa. As estruturas que abrigam onças e pumas, que conseguem escalar, ainda são fechadas na parte de cima. "No zoológico de Curitiba os visitantes não têm acesso aos felinos e a nenhum animal perigoso", garante o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação de Fauna da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Alexandre Biondo. Segundo ele, o único acesso permitido hoje é ao espaço dos pavões, que não representam perigo. O acesso aos animais mais perigosos, como os felinos, não é permitido nem mesmo aos técnicos e veterinários: a alimentação, por exemplo, é feita em uma pequena jaula interna pela qual o funcionário isola o animal, fornece a alimentação, tranca a porta com cadeado e só então libera o animal para se alimentar. Diante de tantos sinais, para o veterinário do zoo de Curitiba, Manoel Lucas Javorouski, o maior problema não é a estrutura dos zoológicos, mas o fato de que muitos visitantes ignoram os avisos e tentam driblar as estruturas de segurança. Fiscalizadores insuficientes Apesar da estrutura reforçada, Javorouski confirma que há poucas pessoas para apoiar a segurança do local. Segundo ele, os funcionários que se dedicam a cuidar de um determinado setor também são orientados a fiscalizar os visitantes. Atualmente, em torno de 40 pessoas assumem esta função. O número é pouco para a quantidade de pessoas que visitam o local, e também porque estas pessoas precisam tomar conta dos animais ao mesmo tempo. Contudo, Javorouski afirmou que existe a previsão para novas contratações. No entanto, ele também destacou que não há nenhuma normatização do Ibama que estipule a obrigatoriedade de fiscais para a visitação. Regras da boa convivência Regras para evitar situações perigosas nunca são demais. Quem visita zoológicos precisa seguir algumas regras de boa convivência com os bichos. Para isso, o veterinário Manoel Javorouski, do zoo de Curitiba, fornece algumas dicas: - Não griteEngana-se quem pensa que gritar atrai os bichos. "Muita gente grita, faz barulho para chamar a atenção dos animais. É errado. As pessoas não sabem, mas se elas vierem em silêncio, a chance de o animal vir é muito maior", garante Javorouski. - Respeito o espaço do animal. Siga as orientaçõesAinda que acostumados com a movimentação, o animal tem sua própria natureza. Desrespeitá-la pode ser muito perigoso. "Um dos animais que a gente percebe que é bem incomodado é o jacaré. As pessoas jogam objeto em cima dele para ele se mexer. Não entendem que é um animal que fica boa parte do do tempo parado e imóvel, muitas vezes controlando a temperatura do corpo exposto ao sol", explica o veterinário. Segundo eles, há placas que orientam o visitante a como agir perante um determinado bicho no zoo. - Não alimente os animaisNão é proibido entrar com comida no zoológico de Curitiba. Desde que o alimento seja para você. Muitas vezes, o que nos parece bom pode não ser tão bom assim para o animal. "Tem casos de gente que quebra galho de árvores que tem na frente das girafas e dá para o animal comer. Só que a planta pode ser tóxica para a girafa ou qualquer outro animal", esclarece o veterinário. - Procure visitar durante a semanaSe sobrar um tempinho para visitar o zoológico entre segunda e sexta-feira, melhor. Se não, vale também as manhãs de sábado. "Com uma quantidade menor de visitantes, é mais fácil para se deslocar. No domingo nós chegamos a ter doze mil pessoas aqui. É muita gente." - Vá com tempoJá é certo que animais não gostam de barulheira. Então, de nada vai adiantar ir ao zoo com pouco tempo e gastar a garganta para atrair o bicho que quer ver. Ir com tempo suficiente é sempre o mais indicado, já que o animal não vai ficar em exposição só porque há visitantes no local. "Às vezes é preciso paciência. Que venha com tempo, pois o animal muitas vezes não está na área de exposição, está na área de manejo, descansando ou dormindo", ressalta o veterinário.

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